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Estudo da “Planta Imortal” pode mudar completamente o futuro da Agricultura

por Leonardo Grandchamp
3 minutos ler
Imagem por Nhelia

O que é a Welwitschia 

Você já ouviu falar em alguma planta que fosse considerada praticamente imortal? As plantas do gênero Welwitschia alcançaram um ponto de evolução que as permitiu adquirir uma longevidade nunca antes imaginada para uma planta.

Capazes de resistir às condições climáticas do deserto árido do Namibe, um dos mais implacáveis desertos africanos. O que rendeu ao litoral do Namibe o apelido de “costa dos esqueletos”, ela suporta suas condições, vencendo o extremo calor e a falta de água.

E ainda é importante dizer que para fazer jus à sua alcunha de “Planta Imortal”, algumas delas já estão vivas há 3 mil anos, ou seja, antes da divisão do calendário em antes A.C. (Antes de Cristo) e D.C. (Depois de Cristo) elas já estavam vivas e assim continuam até hoje mesmo que seu habitat receba apenas 5 cm de chuva por ano.

Conhecida pelos habitantes locais como tweeblaarkanniedood – que significa “duas folhas que não podem morrer” foi objeto de pesquisas desde sua descoberta, porém apenas recentemente com a publicação dos estudos realizados pela Nature Communications conseguimos entender um pouco mais da sua “imortalidade”

A Welwitschia sempre foi imortal?

A resposta para essa pergunta é não, mas a cerca de 86 milhões de anos atrás ela começou sua caminhada rumo à imortalidade. Devido a extrema aridez sofrida em um período de seca prolongada no deserto o estresse extremo causado a planta a fez errar em sua divisão celular, ela acabou por duplicar todo seu genoma. Acreditasse que este fato é associado a própria criação do deserto Namibe. 

O ocorrido com Welwitschia se mostrou uma verdadeira faca de dois gumes, os genes duplicados puderam assumir novas funções e assim ajudar a planta a se adaptar melhor e sobreviver, porém, isso também significava um custo energético maior para a sobrevivência da planta.

Mesmo com o novo elevado gasto de energia, a Welwitschia sobreviveu e a 2 milhões de anos atrás passou por uma nova alteração no seu genoma, todas as sequências de DNA desnecessárias foram silenciadas. Este processo a tornou uma sobrevivente nata extremamente adaptada, porém de baixo custo energético justificando sua longevidade fora do comum. 

É importante ressaltar ainda que suas folhas nascem em um local incomum comparado a outras plantas e assim continuam recebendo células para plantas em crescimento, de fato sua capacidade de sobreviver em ambientes e condições não muito atrativas para outras plantas e por tanto tempo se devem a anos de adaptação e um conjunto perfeito de características e não a um motivo isolado.

Aplicações da Welwitschia na agricultura

As recentes descobertas levaram a seguinte pergunta “se sabemos o que fez a Welwitschia tão resistente ao clima, podemos replicar essa tecnologia evolucionista na agricultura e garantir sustentabilidade alimentícia frente as duras mudanças climáticas que estamos sofrendo?”

Hoje vemos as temperaturas aumentando de forma desenfreada e talvez estudar a Welwitschia possa ser a chave para o desenvolvimento de variedades genéticas de plantas como soja e milho por exemplo que consigam suportar as mudanças climáticas extremas que o futuro possa nos reservar.

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