Seguindo ainda a lógica de que o brasileiro é um dos povos mais endividados do mundo, vamos aprender a conseguir melhores condições para pagar suas dívidas. Essa tradição de mal pagador nos persegue desde a época da colonização e, exatamente por esse longo tempo, acabou por se tornar cultural do brasileiro dar o famoso “jeitinho” na hora de quitar suas dívidas.
Antes de te ajudarmos a renegociar ou substituir dívidas, devemos quebrar a crença sobre a prescrição de dívidas ou, como é mais conhecida no jargão popular “deixar a dívida caducar”. Grande parte dos clientes que atendemos na MRI Consultoria acreditam profundamente que se não pagarem uma dívida no prazo de 5 anos ela deixa de existir, porém isso é uma mentira! O que há no código de defesa do consumidor é que, 5 anos é o prazo máximo para que o nome do devedor fique no cadastro de inadimplentes, podendo ser retirado depois desse prazo, porém a dívida continua existindo. Em outras palavras, você conseguirá sim pegar alguns créditos (com instituições duvidosas), porém ainda será um devedor e, inclusive, passando a ter bens em seu nome após esse prazo, o credor pode solicitar a penhora (depende de cada caso) para a quitação da dívida.
Tendo em vista que você já leu nosso outro artigo sobre como montar um orçamento financeiro pessoal e familiar e já o está colocando em prática para ter uma vida financeira mais organizada, vamos, agora, fazer uma guerra às dívidas.
Para você compreender de forma mais fácil o que vamos te explicar aqui, vamos começar definindo os dois termos:
- Renegociar Dívidas: renegociar uma dívida é procurar melhores condições, sejam mais ou menos parcelas, abatimento dos juros ou parte deles, extensão de prazo etc.;
- Substituir Dívidas: substituir uma dívida é trocar uma dívida com alta taxa de juros ou que já está incorrendo em juros há muito tempo por uma nova dívida, mais controlada, com taxas menores e que caiba no orçamento financeiro.
Comece pelo seu orçamento financeiro! Liste todas as suas maiores dívidas que já existem há muito tempo. Tendo em vista que a dívida cresce de forma exponencial com o tempo, procure classificar as dívidas pelos seguintes parâmetros:
1º) As mais atrasadas
2º) As mais antigas
3º) As com taxas de juros maior
As taxas de juros causam um grande impacto com o tempo, então, se você tem uma dívida com taxa de 0,7% a.m que está atrasada há 2 anos e uma de 3% a.m que se atrasou tem 2 meses, foque na primeira, pois, apesar da taxa da segunda ser maior, o tempo que a taxa de juros ficou incorrendo exponencialmente é maior na primeira.
Após fazer essa classificação, procure os credores (instituições ou pessoas que te emprestaram o dinheiro ou te venderam a prazo) e tente renegociar. Hoje, é possível ter acesso a órgãos de renegociação como Serasa e CDL ou até mesmo com a MRI consultoria financeira, que te ajudarão nesse processo de renegociação junto ao credor, buscando as melhores condições para você.
Caso o credor não queira te dar condições para a renegociação, então você deve partir para a substituição. Como expliquei acima, substituir uma dívida é, na verdade, contrair uma outra dívida mais barata! Por exemplo, se você tem uma dívida de 50.000 R$ com multas e atrasos mais uma taxa de 15% a.a, você pode pegar um empréstimo pessoal de 50.000 com uma taxa de 12% a.a., por exemplo e quitar a outra dívida à vista. Como você irá quitar à vista, a probabilidade de conseguir reduzir os juros em 80% ou até em sua totalidade é muito grande, visto que tem o dinheiro total no presente. Claro que para uma estratégia de substituição dar certo, é muito importante que seu orçamento financeiro esteja alinhado, verdadeiro e que suporte o valor das parcelas da nova dívida que está sendo contraída, pois, caso você substitua a dívida e fique inadimplente com o novo credo, de nada adiantará, você só terá postergado o fundo do poço.
Para substituir uma dívida é muito simples, você deve procurar uma instituição credora que esteja disposta a te emprestar os recursos. Claro que, essa procura pode se tornar uma tarefa complicada se o seu nome já estiver “sujo” por causa da outra dívida, porém, hoje existem diversas formas de crédito e diversas instituições que assumem o risco, em troca de uma taxa um pouco mais alta, é claro, para emprestar recursos a inadimplentes. Encontrando um novo credor, pegue o dinheiro e vá, na hora, quitar a outra dívida!
Não se esqueça de barganhar muito para conseguir reduzir os juros com o seu pagamento à vista. Lembre-se, o credor que receber muito mais do que você quer pagar, então, vendo que você tem o dinheiro total ali, ele irá se inclinar bastante a aceitar uma proposta mais desvantajosa a ele, então barganhe!
Nesse artigo de hoje falamos sobre dívidas! E espero que tenhamos te ajudado de alguma forma a procurar a saída desse buraco financeiro! Te aguardo na próxima, até mais.