Fique Sabendo

Foi aprovado no Senado o marco temporal para demarcação de terras indígenas

Ontem (27), o Senado aprovou o projeto de lei que adota a tese do marco temporal, determinando que os povos indígenas possuem direitos somente sobre as terras que ocupavam ou reivindicavam até a data de 5 de outubro de 1988, quando a Constituição Federal atual foi promulgada.

O projeto agora aguarda a sanção presidencial, após já ter passado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) anteriormente.

Além disso, a proposta também permite a exploração econômica das terras indígenas, inclusive com a contratação de não indígenas, desde que essa atividade seja aprovada pela própria comunidade e traga benefícios para a população local.

O senador Marcos Rogério (PL-RO), que atuou como relator do projeto, acredita que esta medida proporciona uma maior segurança jurídica para as áreas rurais. Ele argumenta que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de descartar a tese do marco temporal não impede a ação do Poder Legislativo. Nas palavras dele, “esta é uma decisão política. Hoje, estamos reafirmando o papel desta Casa. Com esse projeto, o Parlamento tem a oportunidade de dar uma resposta para esses milhões de brasileiros que estão no campo trabalhando e produzindo.”

Na semana passada, o STF decidiu, com 9 votos a favor e 2 contrários, que é inconstitucional limitar o direito das comunidades indígenas ao uso exclusivo das terras que ocupavam com base na data de promulgação da Constituição Federal.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), negou que a aprovação do projeto seja uma afronta ao STF, afirmando: “Não há sentimento revanchista com a Suprema Corte. Sempre defendi a autonomia do Judiciário e o valor do STF. Mas não podemos nos omitir do nosso dever: legislar.”

Contudo, senadores contrários à tese do marco temporal argumentaram contra a legalidade da proposta aprovada. A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) destacou que “ela prejudica diretamente os povos indígenas do Brasil, especialmente aqueles que vivem em situação de isolamento, ao permitir o acesso [a comunidades indígenas isoladas] sem considerar critérios de saúde pública, desrespeitando o que está atualmente estabelecido. Este projeto também favorece a ocupação irregular [dos territórios tradicionais reivindicados por povos indígenas], garantindo a permanência de quem está em situação irregular.”

  • Com informações da Agência Senado

Fonte: Agencia Brasil

Leonardo Grandchamp

Supervisor de Redação do Jornal Contábil e responsável pelo Portal Dia Rural.

Recent Posts

Isenção do Imposto de Renda de até R$ 5 mil: se atualize sobre o projeto!

No final do ano passado foi anunciado em rede nacional a nova faixa de isenção…

2 horas ago

DCTFWeb: entenda tudo o que mudou com a prorrogação

Após a solicitação das principais entidades contábeis, o prazo de entrega da Declaração de Débitos…

6 horas ago

Contabilidade: 5 dicas para se estressar menos no trabalho

A semana de trabalho está se aproximando para os profissionais de contabilidade, porém, muitos já…

9 horas ago

INSS: Dor na Coluna e aumento nos Transtornos Mentais Lideram Afastamentos por Incapacidade Temporária no Brasil em 2024

O Brasil, em 2024, testemunhou um aumento considerável nos benefícios concedidos por incapacidade temporária, evidenciando…

15 horas ago

Quem paga a conta de carro batido no estacionamento

Estacionar o carro e voltar para encontrá-lo amassado é um pesadelo para qualquer motorista. Mas…

15 horas ago

Aprenda com eles! 8 hábitos comuns das pessoas bem-sucedidas

O que faz uma pessoa ser bem-sucedida? Sorte? Inteligência? Conhecimentos privilegiados? Pode até ser que…

15 horas ago