Vocês lembram daquela história, que dizia que com a Rede Globo ninguém mexe! Parece que para a Turner isso não quer dizer nada. E cá pra nós, o poder da Globo já não é mais o mesmo.
Antes, ninguém se atrevia a mexer com uma exclusividade da emissora no futebol, até porque, verdade seja dita, ela sempre pagou bem aos clubes.
Mas, os tempos são outros, e grupos como a Turner, que no Brasil controla os canais TNT e Space, resolveu entrar na briga pelo Campeonato Brasileiro. A ideia é transmitir os mesmos jogos que a Vênus Platinada.
O que motivou a Turner entrar na briga contra a Globo, é a Medida Provisória 984/2020, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, que passou a dar direitos a mandantes de transmitir os jogos.
A Turner decidiu usar o entendimento da MP já para o contrato em vigência com Athletico, Bahia, Ceará, Coritiba, Fortaleza, Internacional, Palmeiras e Santos, clubes que ela fechou para a TV paga e que jogam o Brasileirão deste ano.
A Globo tem acordo com todos os clubes da Série A, exceto o Red Bull Bragantino, para jogos em TV aberta. Já em TV fechada, a emissora transmite todos os jogos do Brasileirão através do SporTV.
A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) anunciou que no dia 9 de agosto, a TNT irá transmitir o jogo do Brasileirão, Palmeiras e Vasco. Antes da MP, esse jogo não teria direito de transmissão pela TV.
Na tabela, o canal TNT aparece com a transmissão de jogos que, sem a MP, seria impossível de transmitir, como Palmeiras x Vasco, na primeira rodada, e Ceará x Flamengo, na décima. Nas dez primeiras rodadas, ao menos 13 jogos foram escolhidos para serem transmitidos na TNT entre equipes que possuem contrato com a Turner contra clubes da Globo.
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Os acordos atuais da Globo, assinados entre 2016 e 2019, antes da Medida Provisória, estão valendo até 2024. A emissora carioca acredita que contratos celebrados previamente devem ser mantidos.
“A Globo reitera seu entendimento de que a medida provisória 984, ainda que seja aprovada pelo Congresso Nacional, não modifica contratos já assinados, que são negócios jurídicos perfeitos, protegidos pela Constituição Federal”, afirmou a emissora em nota divulgada à imprensa”.
Resta saber, o que vai acontecer daqui pra frente, dinheiro a Turner tem para brigar com a maior emissora do Brasil. Mas, a Rede Globo como a maioria das empresas brasileiras estão com os cofres trancados a sete chaves para gastos astronômicos por causa da crise na economia criada pelo novo coronavírus.