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Glória Maria: a pioneira no telejornalismo

A quinta-feira, 2 de fevereiro, começou triste após a Rede Globo divulgar que a jornalista Glória Maria havia falecido. Ela estava enfrentando uma batalha contra o câncer.

Ela atualmente estava apresentando o Globo Repórter quando precisou se afastar da programação da emissora em dezembro. Em janeiro, ela foi internada no Rio de Janeiro para fazer um tratamento de metástases no cérebro.

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Veja a nota divulgada pela Rede Globo

“A jornalista Glória Maria morreu essa manhã. Em 2019, Glória foi diagnosticada com um câncer de pulmão, tratado com sucesso com imunoterapia, e metástase no cérebro, tratada cirurgicamente, inicialmente também com êxito. Em meados do ano passado, a jornalista iniciou uma nova fase do tratamento para combater novas metástases cerebrais que, infelizmente, deixou de fazer efeito nos últimos dias. Glória marcou a sua carreira como uma das mais talentosas profissionais do jornalismo brasileiro, deixando um legado de realizações, exemplos e pioneirismos para a Globo e seus profissionais. Glória deixa duas filhas, Laura e Maria”.

Glória Maria serviu de inspiração para muitas pessoas, mas foram os negros que tiveram a partir dela, a certeza que podiam também vencer obstáculos e derrubar barreiras.

Mas Glória só não conseguiu vencer a barreira do câncer. Quando ela passou mal e foi preciso fazer uma ressonância magnética, Veio a péssima notícia sobre seu estado de saúde.

 À época, ela foi submetida a uma cirurgia de emergência para a retirada de uma “lesão expansiva cerebral”, no Hospital Copa Star, Rio de Janeiro. O tumor foi “removido totalmente” e a jornalista voltou para casa dias depois.

A história de Glória Maria

Glória era filha de um alfaiate e uma dona de casa. Ninguém poderia imaginar que um dia ela seria a primeira repórter negra da TV brasileira, e da principal emissora de maior audiência, a Rede Globo.

Ela tinha uma característica que acabou virando brincadeira. A jornalista nunca revelou sua verdadeira idade. No entanto, para comunicar a morte da jornalista, a Globo informou que ela estava com 73 anos.

Mas antes do sucesso, ela exerceu na Globo a função de rádio-escuta em 1970, e foi a primeira repórter a entrar ao vivo em cores no Jornal Nacional. Também participou da primeira transmissão em HD da TV brasileira, em 2007.

Sua estreia oficial na TV foi em 1971, quando foi cobrir o desabamento do Elevado Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro. Na emissora líder de audiência, Glória Maria passou por diversos jornais, ficou 20 anos no Fantástico (primeiro como repórter e depois como apresentadora).

Na revista eletrônica ela ficou entre 1998 e 2007, ao lado de Pedro Bial e Zeca Camargo. Atualmente, dividia o comando do programa Globo Repórter com Sandra Annenberg.

Mas seu sucesso se deu por realizar reportagens especiais e viagens que fez a lugares exóticos, como o deserto do Saara e a Palestina, dentre outras. Glória cobriu também a Guerra das Malvinas, em 1982.

Fez entrevista com grandes estrelas como Michael Jackson quando acompanhou as gravações do clipe They Don’t Care About Us, que aconteceu em 1996 no morro Dona Marta, no Rio de Janeiro. Ela também fez entrevista com outras celebridades como Madonna e Mick Jagger.

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Vida amorosa

Em outubro de 2003, relatou à revista “Quem” ter tido vários relacionamentos amorosos. Revelou que namorou por oito anos o engenheiro austríaco Hans Bernhard, o francês Eric Auguin (de 1985 a 1991), o empresário português Frederico Fragoso e o sueco Martin Stenmarck. Na mesma entrevista, afirmou que se casara em segredo, cinco anos antes, em uma cerimônia civil testemunhada apenas por poucos amigos. Não revelou quem havia sido o noivo. No início dos anos 1970, ela teve um relacionamento amoroso com José Roberto Marinho, filho de Roberto Marinho, fundador da TV Globo.

Glória Maria vai deixar saudade não só para seus familiares como também para milhões de telespectadores que estavam acostumados a acompanhá-la na TV. Como disse a apresentadora do Jornal da Noite, da Band, Cintia Martins, que também é negra, Glória foi a grande inspiração para que ela conseguisse chegar à bancada de um telejornal na TV. E com certeza de muitas mulheres e homens, independente da cor, que viram em Glória um motivo para vencer na vida. 

Jorge Roberto Wrigt

Jornalista há 38 anos, atuando na redação de jornais impressos locais, colunista de TV em emissora de rádio, apresentador de programa de variedades em emissora de TV local e também redator de textos publicitários, na cidade de Teresópolis (RJ). Atualmente se dedica ao jornalismo digital, sendo parte da equipe do Jornal Contábil.

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