Imagem por @katemangostar / freepik
Os desafios da sucessão familiar formam alguns dos aspectos relevantes para a sustentabilidade e perenidade das empresas do agronegócio ou de qualquer segmento da economia.
As dificuldades estão relacionadas, em sua maioria, a conflitos familiares ou a profissionalização da gestão sem a participação de eventuais sucessores.
Durante o webinar JornalCana NEXT, realizado na última quarta-feira (02/09), o advogado Gastão Mesquita Filho se reuniu com jovens executivos do setor sucroenergético para debater os caminhos que envolvem a preparação do controle para as próximas gerações.
A tarefa, destaca Mesquita Filho, requer paciência, estudo e critérios bem definidos, já que as decisões do futuro sucessor podem determinar o sucesso ou o fracasso dos negócios da família.
Sócio-fundador do Bueno, Mesquita e Advogados, um dos principais escritórios especializados em agronegócio de São Paulo, Gastão Mesquita Filho salientou que o processo tende a ser mais bem-sucedido quando a família empresária recorre ao auxílio de uma consultoria especializada em orientar projetos de sucessão.
O apoio profissional, lembrou o advogado, pode ser determinante para alinhar as particularidades do negócio, do patrimônio e das pessoas envolvidas.
Membro do Conselho de Administração de importantes empresas do setor sucroenergético, Mesquita Filho falou com preocupação sobre o surgimento de uma indústria de governança e sucessão no ambiente corporativo, uma espécie de fórmula enlatada utilizada pelas corporações para tratar o assunto.
“Não existem duas histórias de sucessão iguais”, enfatizou o advogado. “Por mais parecidos que sejam os processos, cada um tem suas particularidades e não devem ser tratados da mesma maneira”.
Para Gastão Mesquita Filho, a governança corporativa é uma importante aliada para qualquer empresa no momento da sucessão.
Segundo o advogado, é fundamental que as corporações assumam regras e procedimentos bem definidos, disciplinando decisões que vão desde a contratação de um membro da família para a gestão dos negócios até a definição de quem possui o perfil mais adequado para assumir uma posição no Conselho.
Quando estabelecida, a governança ajuda a dar segurança para os acionistas e os stakeholders, sem deixar de lado a transparência e o controle da empresa.
“Um ambiente sem regras societárias é um ambiente fértil para instabilidades e desentendimentos nocivos para o desempenho dos negócios”, esclareceu Mesquita Filho.
Por esse motivo, o acordo de acionistas é um documento extremamente relevante no processo de governança, por conter regras de como o processo sucessório funcionará.
O documento também alinha as expectativas de todos, diminuindo conflitos, já que as brigas podem ser comuns e acontecer com frequência quando as pessoas têm expectativas diferentes.
“O importante é manter os valores da família muito fortes, já que a só empresa existe por conta desses valores”, explicou Mesquita Filho.
Para o sócio-fundador do Bueno, Mesquita e Advogados, ter os fundadores presentes no dia a dia da empresa pode representar uma enorme vantagem ou desvantagem no processo.
A participação de alguém muito ligado à operação e conhecedor dos mínimos detalhes da companhia tende a facilitar a gestão, já que as decisões são tomadas com mais agilidade.
Por outro lado, alerta o advogado, quando um herdeiro entra nesse ambiente em que o fundador é visto como a imagem forte e a grande referência dentro da empresa, deve se policiar para não se limitar em replicar o que o fundador faz.
“O sucessor deve mostrar seus pontos positivos e seu jeito de gerir a companhia, alinhando suas expectativas às dos funcionários”, disse Mesquita Filho.
Durante o webinar, o advogado também falou sobre a preparação de um membro da família para gerenciar o negócio.
O processo, destacou o especialista, envolve acumular experiência de trabalho em outras empresas, permitindo que o mercado avalie o dirigente como um bom profissional.
Depois dessa etapa, as famílias passam a definir quando os herdeiros poderão assumir um posto de executivo, uma vaga no Conselho de Administração ou em uma holding familiar, já que com a bagagem externa garante deixarão de ser encarados apenas como filhos do dono.
Sobre o papel do Conselho de Administração, Mesquita Filho falou da importância dos conselheiros externos e daqueles mais experientes.
Segundo o advogado, esses membros podem contribuir com um olhar diferenciado para auxiliar os demais executivos na tomada de decisões.
“A governança tem instrumentos fantásticos que permitem perpetuar a empresa e gerar valor”, finalizou.
Por Gastão Mesquita Filho, sócio-fundador do Bueno, Mesquita e Advogados
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