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Governança Corporativa: Entenda o valor e se sua empresa renovar

Ao falar em gestão na governança corporativa pode surgir uma série de questões que ainda não parecem ter sido totalmente esclarecidas dentre os gestores, a razão, acredito que esteja ligada ao fato de que a maioria das organizações ainda está no processo de assimilar o que é a governança corporativa e em como pode transformar o ambiente das empresas.

Com a minha vivência de mais de 35 anos no mundo dos negócios e desde 2015 atuando em consultoria empresarial junto à MORCONE Consultoria Empresarial, afirmo que há muito a se explorar quando o assunto é governança corporativa, acredito que é preciso educar o empresário para a importância desse tema.

A governança corporativa pode ser compreendida como um sistema pelo qual as empresas são dirigidas e controladas. A gestão na governança corporativa não é bem como a gestão propriamente dita, porque a governança corporativa engloba uma série de diretrizes particulares, que se entrelaçam, tornando o processo de gestão mais completo e sólido.

Compõe a gestão na governança corporativa o conselho de administração, por exemplo, essencial para nortear as decisões de uma empresa, e por tornar a relação entre a diretoria e sócios muito mais transparente.

Outro exemplo importante que faz parte do processo de gestão na governança corporativa é o papel dos sócios, que se trata de um grupo de pessoas que têm como principal objetivo a tomada de decisões na empresa, com base na ética. É um grupo de pessoas que estão aptas a lidar com as complexidades no mercado e que conseguem auxiliar na tomada de decisões sobre o que fazer ou não, sobre quais as mudanças e quais investimento necessárias precisam serem realizadas e em qual período e velocidade.

Diferenças entre governança corporativa e gestão empresarial

É fundamental que o gestor consiga discriminar o que faz parte das práticas de governança corporativa e o que pode ser elencado como fatores pertencentes à gestão empresarial. Listo abaixo algumas das principais funções de ambos os modelos.

Gestão empresarial (principais funções)

  • Implementar programas;
  • Garantir o cumprimento de regulamentações;
  • Rever e analisar o progresso de ações;
  • Alcance de eficiência administrativa;
  • Comunicação com as partes interessadas;
  • Avaliação de desempenho e reciclagem constante de conhecimentos.[banner-rotativo]
Governança Corporativa (principais funções)
  • Definição do direcionamento estratégico;
  • Acompanhamento (supervisão) da gestão;
  • Engajar as partes interessadas;
  • Fazer o gerenciamento de riscos (estratégicos);
  • Realizar o gerenciamento de conflitos internos;
  • Fazer a audição e avaliação do sistema de gestão e controle;
  • Prestação de contas e responsabilidade, assim como ações com base na transparência.

Na governança corporativa, o direcionamento estratégico é definido por meio de conselhos formados por pessoas em cada um dos setores prestadores de contas e que realizam atividades em prol da organização.

O ‘poder de decisão’ não está concentrado em apenas uma pessoa ou em um grupo de pessoas, isso garante decisões mais assertivas em prol do objetivo de desenvolvimento da empresa. Com base nos quatro princípios básicos da governança corporativa (transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa), uma empresa consegue realizar uma gestão além da gestão tradicional.

De forma alguma quero ‘invalidar’ o modelo de gestão empresarial tradicional, pelo contrário, reconheço sua efetividade, mas acredito que é o momento, no ambiente empresarial, de repensar as ações, e pensar em trazer para o processo de gestão a governança corporativa que é um passo de crescimento que só pode beneficiar e gerar destaque para uma empresa.

A gestão atua em concordância com os demais pilares que compõem a governança corporativa, todas as partes interessadas, devidamente representadas, unidas em um mesmo propósito que é o crescimento e perenidade do negócio, tomarão decisões baseadas em critérios racionais e eficientes.

Acredito que a gestão não se trata de um modelo estático, pelo contrário, passa por constantes mudanças e é preciso acompanhá-las, não se pode hoje acreditar em sucesso empresarial, por exemplo, sem introduzir práticas de governança corporativa no negócio, e isso, diferente do que muitos gestores pensam, não é uma necessidade apenas das maiores empresas do mundo, mas das empresas com as ‘melhores’ mentalidades.

Na governança corporativa, o poder está distribuído a diferentes partes do negócio, ou seja, a responsabilidade está distribuída, a empresa vive a realidade do que é uma organização (dentro do conceito de organismo vivo com diferentes e importantes funções). Embora a tomada de decisões não seja da atribuição de todos, é da responsabilidade de todos participarem do processo direta ou indiretamente.

Qual é a tua mentalidade de gestão? O que já ouviu falar sobre gestão na governança corporativa? Rever é preciso. Há muitos negócios fechando as portas por inflexibilidade a mudanças, há muitas empresas fechando as portas porque existe uma mentalidade regida por liderança baseada em autoritarismo e sem qualquer noção de cultura da diversidade (o que envolve pessoas e novas ideias).

Muitas empresas saem do mercado, sabe por quê? Porque estão evitando riscos, porque não estão preparadas para tomadas de decisões assertivas, porque nem sequer questionam o modelo de gestão que praticam ou sequer consideram mudanças.

Sempre há o que melhorar. Se pensarmos na empresa como organismo vivo, é o mesmo que compará-la a um corpo humano, a um ser, que precisa constantemente evoluir, melhorar, cuidar de si, prevenir doenças, etc. Organizações precisam mudar, melhorar, evoluir e, para isso, rever modelos ultrapassados de gestão. Governança corporativa é uma maneira de recuperar o ‘organismo vivo’ que já está doente.

Carlos Moreira – Há mais de 35 anos atuando em diversas empresas nacionais e multinacionais como Manager, CEO (Diretor Presidente), CFO (Diretor Financeiro e Controladoria) e CCO (Diretor Comercial e de Marketing).

Leonardo Grandchamp

Supervisor de Redação do Jornal Contábil e responsável pelo Portal Dia Rural.

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