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Governo prevê déficit primário de R$ 861 bilhões em 2020

O Ministério da Economia elevou para R$ 861 bilhões a previsão de déficit primário em 2020. O valor consta no Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, divulgado na noite nesta terça-feira (22) pela pasta.

O déficit primário representa o resultado negativo nas contas do governo, desconsiderando os juros da dívida pública. No relatório anterior, divulgado no fim de julho, a pasta previa que o rombo nas contas públicas ficaria em R$ 787,45 bilhões.

Em relação às estimativas para a economia, o relatório manteve a maioria das projeções anteriores. A previsão de queda para o Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país) permaneceu em 4,7%, com valor nominal de R$ 7,19 trilhões. A estimativa está mais otimista que a das instituições financeiras, que preveem contração de superior 5% do PIB, segundo a última versão do boletim Focus, pesquisa semanal divulgada pelo Banco Central.

A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado como índice oficial de inflação, variou de 1,6%, no relatório de dois meses atrás, para 1,8%, pela projeção atual. A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), usado para corrigir o salário mínimo, também aumentou, passando de 2,1% para 2,4%.

A previsão para a taxa Selic (juros básicos da economia) foi mantida em 2,6% ao ano em 2020. Atualmente, a Selic está em 2% ao ano.

Arrecadação

O 4º Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas mostra uma redução de R$ 9,72 bilhões nas receitas líquidas da União, comparado com o balanço anterior. O governo revisou para baixo as estimativas da perda de arrecadação com receitas administradas, que somam menos R$ 6,3 bilhões que há dois meses. Houve redução de R$ 2,6 bilhões nas estimativas de receitas previdenciárias para 2020. O relatório mostra que a concessão da Ferrovia Norte-Sul e da Ferrovia Malha Paulista ajudaram a elevar a arrecadação em R$ 3,9 bilhões. Houve ainda uma queda de R$ 1,4 bilhão de receitas com a arrecadação de royalties no setor de óleo, gás e minérios.  

Queda nos gastos

Já em relação às despesas do governo, houve queda na maior parte dos gastos. Os benefícios previdenciários tiveram redução de R$ 4,5 bilhões. O gasto com pessoal e encargos sociais também foi reduzido, em cerca de R$ 620,7 milhões, segundo o governo, por causa da “reeestimativa com contratação temporária e diversos ajustes na projeção da folha considerando as despesas realizadas”.

A revisão do aporte orçamentário para o Programa Emergencial de Suporte ao Emprego (Pese), de R$ 34 bilhões para R$ 17 bilhões, gerou também uma projeção de gastos bem menor do que o informado no relatório bimestral anterior, resultando em uma economia de R$ 17,3 bilhões.

A suspensão do pagamento de parcelas do programa Fies também reduziu o impacto dessa despesa no orçamento em quase R$ 670 milhões.

Fonte Agência Brasil –  Pedro Rafael Vilela

Jorge Roberto Wrigt

Jornalista há 38 anos, atuando na redação de jornais impressos locais, colunista de TV em emissora de rádio, apresentador de programa de variedades em emissora de TV local e também redator de textos publicitários, na cidade de Teresópolis (RJ). Atualmente se dedica ao jornalismo digital, sendo parte da equipe do Jornal Contábil.

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