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Governo quer usar seguro-desemprego em programa de corte de jornada

O Governo quer usar o seguro-desemprego no novo programa de redução de jornada e de salários. Na verdade seria uma antecipação do benefício. Sendo uma forma de reduzir os impactos nas contas públicas.

Embora pareça vantajoso, a antecipação do seguro-desemprego, não será bom no futuro para o trabalhador, isso porque, em caso de demissão sem justa causa, o trabalhador só terá direito ao benefício após um prazo de carência que ainda está sendo definido.

De acordo com o estudo da equipe econômica, a carência para ter direito ao seguro desemprego integral possa ser equivalente à antecipação do pagamento realizado no programa de redução de jornada e de salários neste ano. E ainda, no período em que o trabalhador solicitou o benefício.

Programa emergencial de manutenção do emprego e da renda

Em 2020, o Programa foi criado para proteger o trabalhador e ao mesmo tempo as empresas. O objetivo do governo foi evitar o aumento de demissões e o nível de desemprego no país, principalmente em um cenário atípico.

Através da Medida Provisória n° 936, visava oferecer medidas trabalhistas especiais para que fosse possível enfrentar o estado de calamidade pública.

O programa facilitou as empresas e os empregados em acordos de redução de jornada e salário, da seguinte forma:

Redução de 25% da Jornada de Trabalho, na qual o trabalhador recebia 75% do salário e 25% da parcela do BEm;
Redução de 50% da Jornada de Trabalho, na qual o trabalhador recebia 50% do salário e 50% da parcela do BEm;
Redução de 70% da Jornada de Trabalho, na qual o trabalhador recebia 30% do salário e 70% da parcela do BEm.

O programa ajudou as empresas de uma forma que fosse possível definir com os seus funcionários a suspensão de contrato, por até 60 dias.

Sendo assim, os empregados de empresas com receita bruta de até R$ 4,8 milhões recebiam 100% da parcela do BEm.

Por outro lado, empresas com receita bruta maior que R$ 4,8 milhões tiveram a oportunidade de arcar com 30% do salário do trabalhador, enquanto os outros 70% eram pagos pela parcela do BEm.

Foi uma forma que o governo federal encontrou para ajudar as empresas, diminuindo os seus custos diante o período de pandemia.

Novo Programa emergencial de manutenção do emprego e da renda


Novamente o Ministério da Economia pretende reduzir o custo do programa reformulado a proposta e usando os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). O ministro da Economia, Paulo Guedes, deseja que o programa não crie nenhum custo ao Tesouro Nacional.

A ideia é antecipar as cotas do seguro-desemprego que o trabalhador tem direito, em caso de demissão. Sendo assim, compensaria a nova redução salarial, mas, segundo os técnicos do Ministério da Economia não significa que o empregado perde o direito ao seguro, caso seja demitido no futuro.

Na verdade, o empregado terá que esperar um período de carência, que deverá ser cumprido, já que, segundo o ministério, não haverá demissão durante a pandemia e a duração do programa emergencial de manutenção do emprego e da renda.

O tema ainda está sendo discutido pelo governo e pelos parlamentares. No entanto, o Congresso Nacional faz pressão para que o programa seja lançado este ano, com os mesmos moldes que o ano anterior, ou seja, com a compensação feita pela pasta.

Edição por Jorge Roberto Wrigt Cunha – jornalista do Jornal Contábil

Jorge Roberto Wrigt

Jornalista há 38 anos, atuando na redação de jornais impressos locais, colunista de TV em emissora de rádio, apresentador de programa de variedades em emissora de TV local e também redator de textos publicitários, na cidade de Teresópolis (RJ). Atualmente se dedica ao jornalismo digital, sendo parte da equipe do Jornal Contábil.

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