O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se encontrou com a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, para discutir a crise econômica na Argentina.
Haddad expressou as preocupações do Brasil e afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acredita que o Fundo Monetário Internacional (FMI) pode ser a solução para a crise. Haddad disse que, se o Brasil e os Estados Unidos trabalharem juntos para apoiar a Argentina, isso poderá facilitar muito as coisas.
A secretária Janet se comprometeu a analisar as considerações do Brasil sobre o apoio ao país sul-americano.
O encontro ocorreu durante a reunião de ministros de finanças e presidentes de bancos centrais do G7 no Japão, da qual Haddad participou como convidado, assim como representantes de outros países emergentes como Indonésia e Índia.
O presidente Lula também irá ao Japão participar do segmento de engajamento externo da Cúpula do G7 em Hiroshima, nos dias 20 e 21 de maio, a convite do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida.
Durante a ocasião, haverá reuniões de alto nível com a participação dos presidentes dos países.
Em 2 de maio, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, visitou Brasília para se encontrar com Lula. Durante o encontro, Lula prometeu articular com o Brics (bloco econômico composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e com o FMI para ajudar o país vizinho.
Lula afirmou que é preciso retirar a Argentina da situação delicada em que se encontra e tirar a “faca do pescoço” do país.
A Argentina é um importante parceiro comercial do Brasil na América do Sul, mas está enfrentando uma nova crise econômica, com desvalorização da moeda local, perda do poder de compra e alta inflação.
Em março, a inflação no país vizinho atingiu 104% ao ano. Além disso, uma seca histórica tem afetado as safras de grãos na Argentina, agravando ainda mais a crise econômica e colocando em risco as metas acordadas com o FMI no pagamento das dívidas.
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Acordos comerciais
Haddad afirmou que durante o encontro com a secretária Janet Yellen, ficou claro que os Estados Unidos não têm objeções aos acordos comerciais entre o Brasil e a China, bem como a aproximação com o país asiático.
Ele também expressou o desejo de se aproximar mais dos Estados Unidos e destacou a importância da integração das Américas.
Mais cedo, em Tóquio, Haddad participou de um café da manhã com empresários na Embaixada do Brasil, onde destacou o interesse das empresas japonesas com filiais no Brasil em relação ao ambiente de negócios e ao fortalecimento dos investimentos, incluindo a reforma tributária.
Ele também ressaltou a importância do acordo Mercosul-Japão para os empresários japoneses que desejam que o governo japonês tenha um olhar especial para as exportações vindas do Brasil.
Haddad afirmou que a reforma tributária simplificará uma série de problemas complexos que interessam muito aos investidores japoneses, bem como às exportações brasileiras para o Japão, e que é fundamental manter a cota do Brasil no mercado japonês.