A comunicação com os colaboradores nunca foi tão fundamental. Em tempos de isolamento social e home office impostos pela quarentena, ela assume um papel ainda mais importante, não apenas no sentido de proporcionar planejamento, atualização e troca de ideias, mas também com relação ao estado emocional das pessoas que integram as organizações.
Muitas empresas foram pegas de surpresa pela necessidade de home office e outras tantas não estavam preparadas para utilizarem esta modalidade 100% do tempo.
A estrutura necessária em termos de equipamentos tornou-se a primeira preocupação das organizações, de forma compreensível.
Mas ao longo do tempo, aperfeiçoar a comunicação com as equipes e, mais ainda, a comunicação individual com cada colaborador, mostrou-se igualmente essencial.
Quando eficiente, a comunicação com a equipe melhora o fluxo de trabalho e o alinhamento da empresa como um todo.
A nova realidade nos conduziu à utilização em massa de aplicativos de mensagens e softwares de conferências em vídeo para manutenção dos relacionamentos profissionais.
Estes recursos, claro, já vinham sendo utilizados anteriormente, porém não com tanta relevância, e também não sendo a única opção possível, como é o caso agora. E eles trazem inúmeras vantagens, indiscutíveis.
Reuniões de sprint e fechamento, salas de conversa para integração e informação de todos os profissionais da empresa têm sido bastante comuns, com comunicações essenciais gerais.
Aos poucos, a rotina levou as empresas a buscarem soluções mais específicas, com contato individual ou compartilhado apenas para algumas áreas que necessitam trocar mais informações.
Também aprendemos a compartilhar mais da nossa rotina, como o ambiente em que trabalhamos de casa, os ruídos e cenários específicos de nossa residência e parte de nossa intimidade, tudo isso contribuindo para maior exposição de cada um de nós, ao mesmo tempo em que nos tornamos mais isolados. Interrupções causadas por crianças e animais tornaram-se comuns e até aceitáveis.
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Muitos profissionais, principalmente em grandes cidades, moram sozinhos e estão isolados de suas famílias. Portanto, temos ainda que olhar com mais profundidade para o ser humano por trás do computador.
A quarentena e o afastamento social têm feito disparar o número de casos de doenças, como depressão e ansiedade.
Assim, as comunicações de trabalho por vídeo podem também cumprir o papel de verificar reações, linguagem corporal e demais atitudes que possam demonstrar o estado emocional do colaborador.
É também papel da organização avaliar a equipe neste quesito, já que toda a transformação trazida pelo home office deixou uma linha tênue entre o lado pessoal e profissional.
Neste contato mais profundo com nossos colaboradores, temos uma nova e grande oportunidade: estabelecer parcerias mais sólidas e relevantes.
Com pequenas atitudes que vão além do fluxo de trabalho, é possível aumentar a sensação de pertencimento, fortalecer vínculos e proporcionar momentos de descontração e acolhimento.
O aumento da produtividade tem sido aclamado como um dos principais benefícios do home office, mas a verdade é que a interação presencial é inerente ao ser humano.
É possível que o cenário pós-pandemia contemple mais períodos de trabalho em casa do que anteriormente, com métodos híbridos de trabalho.
Mas a verdade é que os períodos de convivência social e de comunicação aberta e presencial ganharão cada vez mais sentido.
Por Marcio Tamura é diretor do Grupo Atai