Foto: Marcelo Camargo
Os processos, valores e negócios das empresas têm sido revistos e ampliados constantemente e em períodos cada vez mais curtos. Na década passada, o crescimento de uma empresa poderia ser entendido como um crescimento natural, isto é, baseado apenas no número e na qualidade do relacionamento com os clientes ou até mesmo no seu perfil de consumo. Contudo, hoje, além de observar as demandas existentes dos clientes, faz-se necessário prever novos contextos e aplicações que serão necessidades básicas em um futuro próximo. Poucas empresas fizeram isso no passado e vemos isso de forma evidente nos smartphones e mais recentemente nos vestíveis (em inglês: wearables), como, por exemplo, os relógios inteligentes. Há 20 anos quase ninguém imaginaria a necessidade de ter um celular pessoal conectado à internet e com funcionalidades próximas a de um computador pessoal, mas hoje a maioria da população possui um dispositivo. Só no Brasil são 109 milhões de usuários. O mesmo acontece com os relógios, que se transformaram, se conectaram à internet e assumiram novas funções.
Segundo Felipe Giuntini, especialista técnico do Sidia Instituto de Ciência e Tecnologia, de fato, diversos serviços podem ser melhorados e novas demandas criadas. Já pensou em um transporte diferente e de melhor qualidade? Uma automação de tarefas do lar completa? Seria muito bom chegar em casa após um dia de trabalho e ter tudo ‘prontinho’. E em muitos contextos, seria muito bom poder chegar em casa, livre de enchentes e em segurança. Ou melhor, conduzir integralmente o trabalho de casa. Na área de tecnologia isso é muito comum, mas em muitos setores isso ainda não é totalmente factível, como engenharia civil e medicina. Em muitas áreas, a Tecnologia da Informação tem contribuído com modelos e aplicações, mas há problemas em aberto e em diferentes contextos.
Promover a inovação exige esforços em pesquisa, o que além de domínio técnico envolve a capacidade de interpretar conhecimento de áreas multidisciplinares e criatividade, de modo criar soluções que impactam e resolvam problemas reais e complexos da sociedade e da indústria. Com isso, Giuntini apresenta hot topics de pesquisa aplicada, que tem por objetivo prover melhores serviços e atender nichos específicos da sociedade:
Incluindo abordagens ativas de aprendizagem, processamento de língua natural (NLP), e visão computacional. Um dos grandes desafios é tratar contextos subjetivos, desenvolver modelos cada vez mais personalizados e agregar sentido e valor para um uso diário. Por exemplo, inclui aplicações em reconhecimento de comportamentos humanos, emoções e linguagens. Além de identificar padrões em situações como assédio moral, assaltos, fadiga de colaboradores, e identificação de pessoas em cidades. Esses são exemplos de contextos complexos que envolvem aspectos subjetivos, em que uma simples aplicação de um algoritmo tradicional, pode não trazer inputs fidedignos com a realidade. Por exemplo, é possível indicar uma emoção ou sentimento presente, mas nem um estado de saúde. Neste sentido, vale a pena observar abordagens ativas de aprendizagem, em que um modelo genérico e poderia ser produzido baseado em um grande conjunto de dados, mas poderia se especializar conforme o comportamento de uso do usuário.
ão é novidade que a realidade aumentada tem trazido contribuições em uma série de contextos, incluindo aplicações para medicina, manutenção de equipamentos, ensino e treinamento. Contudo, esta área requer desafios, como estabelecer padrões de projeto de desenvolvimento e desenvolver novas metodologias específicas para avaliação de usabilidade e acessibilidade. Esta área foi recentemente fomentada com o anúncio do termo comercial ‘Metaverso’, enfatizado pela empresa Meta (Facebook). Contudo, ainda não se conhece totalmente os benefícios e desvantagens das aplicações para este contexto. Por exemplo, um trabalho no ‘metaverso’ pode exigir mais esforços e benefícios do que uma interação com aplicações existentes? O quão positivo ou negativo é para as relações reais? Quais aspectos de design e metodológicos podem ser propostos? Além do desenvolvimento de tecnologias, serão necessárias pesquisas de avaliação para este contexto.
Crimes cibernéticos têm sido cada vez mais frequentes na internet, de modo que as pessoas e instituições precisam cada vez mais investir em mecanismos de privacidade e proteção dos dados. Constantemente ouvimos dos nossos pares, que tiveram uma conta bancária acessada indevidamente, uma compra não reconhecida no cartão de crédito e até mesmo uma rede social ou aplicativo ‘clonado’. Nesse contexto, vale a pena investigar e desenvolver novas abordagens para contratos inteligentes (em inglês: smart contract), prova de trabalho (em inglês: proof of work) e redes neurais adversárias (em inglês: adversarial learning).
A alta conectividade, impulsionada pela ampliação da rede fibra óptica e o avanço das tecnologias das redes móveis (4G, 5G) nos grandes centros tem permitido o surgimento de novos serviços que visam facilitar e automatizar algumas tarefas. Uma cidade inteligente envolve diferentes tecnologias de informação e comunicação e diversos dispositivos conectados, como sensores eletrônicos para coleta e análise de dados, para gerenciar ativos e recursos de forma eficiente. Desta forma, pode envolver aplicações de detecção de crimes, gerenciamento de trânsito e saneamento básico, gestão escolar e de saúde, e previsão de desastres naturais, como enchentes, terremotos e áreas de risco em geral. Além disso, é possível aumentar a interação dos governos com a comunidade e obter informações em tempo real. Como prover estas tecnologias e aplicações envolve muitos desafios computacionais e pode trazer um impacto social muito positivo, como, por exemplo, imagine sensores capazes de prever e avisar as comunidades de alagamentos? Alguns experimentos e protótipos já foram implantados em algumas cidades, como o projeto desenvolvido por pesquisadores da USP em São Carlos/SP. Tecnologias poderiam ser aplicadas para mitigar os danos das enchentes e desmoronamentos recentes nos estados da Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. Pesquisas baseadas no uso de múltiplas fontes de dados, combinando dados de sensores, mídia social e informações meteorológicas podem construir para melhorar a consciência situacional dos sistemas.
Fundado em 2004, o Sidia Instituto de Ciência e Tecnologia é um dos maiores institutos de PD&I do país e responsável por implementar soluções tecnológicas inovadoras para o mercado local e global.
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