Ainda estamos enfrentando as consequências decorrentes da pandemia mundial. Segundo análises, as empresas mais afetadas com a crise são as pequenas, médias e microempresas.
Já as empresas familiares nesse cenário precisam se preocupar em manter o negócio no mercado, além de prezar pelo bom relacionamento familiar.
Com mais de 35 anos no mercado corporativo e desde 2015 atuando frente à MORCONE Consultoria Empresarial, auxiliando, inclusive, na implantação da Governança Corporativa em empresas familiares, hoje trago um artigo de como essa modalidade de negócio pode se comportar em meio à crise.
Primeiramente friso que um período de crise pode representar a força que uma empresa necessita para tomar decisões, gerando uma maior proximidade e engajamento entre proprietários, ajudando a empresa familiar ou tradicional na resolução de diferenças e a tomar melhores decisões em prol do negócio.
As empresas familiares geralmente valorizam objetivos que estão muito além dos retornos financeiros como reputação, legado, etc.
Diante da crise, muitas empresas de estrutura familiar têm sido desafiadas a lidar com escolhas que antes não imaginavam.
Como mencionado, além disso, há fatores emocionais envolvidos, como estresse, ansiedade e medo por conta da crise, que se vencidos, também podem representar uma série de oportunidades.
Vale ressaltar que em meio à crise por conta da pandemia, muitas empresas deram um exemplo de solidariedade.
Dentre elas, a montadora Ford e a varejista Magazine Luiza que se prontificaram a fornecer assistência a fornecedores e funcionários na fabricação de respiradores e demais equipamentos.
Já o Grupo Votorantim realizou doação de US$ 10 milhões para ajudar algumas cidades brasileiras e instituições de saúde, no combate ao novo coronavírus.
A empresa familiar americana, Tyson Foods, fez doação de 2,6 milhões de libras em alimentos para os Estados Unidos.
A Gap, com sede na Califórnia, que conta com 3.500 lojas, continuou pagando o salário dos funcionários mesmo com as portas fechadas. A empresa existe desde 1943, fundada na Suécia.
O que vale salientar com esses exemplos é que mesmo em contexto caótico, essas empresas familiares conseguiram se adaptar ao novo cenário, mantendo de alguma maneira as suas atividades e ainda contribuindo com a sociedade.
Já mencionei no artigo O que o empresário precisa ter para enfrentar crises? que crises econômicas vêm e vão e podem ser comparadas metaforicamente a uma corrida de 1.000 metros com barreiras a cada 100 metros em que o corredor tem que saltar, sendo o espaço entre cada barreira como o período entre uma crise e outra.
Conforme o crescimento do negócio, surge a necessidade de aperfeiçoar cada vez mais o modelo de gestão.
A governança como modelo de gestão é um caminho promissor já que ajuda a melhorar o desempenho da organização, além disso, ajuda a aperfeiçoar o relacionamento entre acionistas, reduzindo os riscos relacionados à sucessão, atuando no fortalecimento da imagem da empresa no mercado, no atendimento à demanda das famílias, dos sócios e executivos, auxiliando na estruturação para a perpetuação do negócio.
A base de qualquer modelo de gestão, sendo de empresas tradicionais ou não, é a confiança, no caso das empresas familiares, é fundamental contar com um sistema sólido, que permita uma boa dinâmica familiar, fazendo com que o sistema de governança possa fluir da melhor maneira agregando valor à empresa.
A sucessão é um tema que sempre gera repercussão quando se trata de empresas familiares, e diferente do que costuma estar enraizado em muitas mentalidades, a sucessão não ocorre apenas quando um líder se aposenta, transferindo a sua bagagem para outro gestor, mas se trata de um processo que inicia muito cedo em algumas famílias.
Outro tema que gera complexidade é a percepção sobre os acionistas, que em muitos casos são os herdeiros que passam a compreender a empresa como uma continuidade da família, não conseguindo separar os papéis de herdeiro, acionista, sucessor, gestor e proprietário.
Além disso, quando se fala em empresas familiares no Brasil, vale ressaltar que questões culturais estão por trás das relações que se estabelecem nesse modelo de negócio, tendendo a um envolvimento mais voltado a fatores emocionais e afetivos.
Diante de uma mudança de planos, por exemplo, costumam surgir muitos conflitos de interesse, colocando o desenvolvimento da empresa em risco.
Como consultor especialista também na implementação da governança corporativa em empresas familiares, considero fundamental que os negócios nesse formato procurem auxílio especializado quando perceberem que algo está errado ou não está caminhando como deveria.
A ideia é procurar por uma visão externa para conseguir apontar as melhores direções. Diante de uma crise, por exemplo, é comum, aliás, para empresas de modelos tradicionais também, se afetarem ou colocarem o emocional acima das decisões em prol da organização, esse quadro pode piorar quando está em jogo também as relações familiares, contar com um apoio especializado é fundamental para nortear a empresa a fazer as melhores decisões.
Os vícios comportamentais precisam ser revistos para que o negócio, diante do risco, não se perca no caminho das transformações e crescimento.
Por Morcone, consultoria empresarial especializada em pequenos, médios e grandes negócios.
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