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INSS: segurado que aguarda auxílio-doença pode voltar ao trabalho?

O auxílio-doença é um benefício do INSS concedido ao trabalhador que está temporariamente  impedido de exercer suas atividades. O empregador tem a obrigação de somente pagar os primeiros 15 dias de afastamento. O restante é por conta do próprio INSS.

Contudo, pode ocorrer de, por vezes, o segurado não contar com um apoio financeiro de modo que possa aguardar o julgamento do recurso administrativo ou até mesmo o esperar o término de uma ação judicial. 

Dessa forma, acaba optando por arriscar um agravamento do quadro, retornando a trabalhar a fim de poder sobreviver e sustentar a família.

Então, fica a pergunta: quem retorna ao trabalho perde o direito ao auxílio-doença? Vejamos a seguir.

Quem tem direito ao auxílio-doença?

Em primeiro lugar, vamos entender esse benefício e seus critérios. O auxílio-doença é pago ao segurado incapacitado de exercer as atividades do trabalho, em razão de alguma doença ou acidente.

Após fazer o pedido no INSS, você é avaliado pela perícia médica, sendo esta uma das etapas mais importantes para receber o benefício. Este é o momento em que a incapacidade para o trabalho será confirmada ou não.

Estar doente ou lesionado não é uma condição para o benefício, e sim a incapacidade para o trabalho resultante de doença ou lesão.

E o que é incapacidade? É a limitação real e pessoal do segurado ao exercer qualquer atividade independente relacionada ao trabalho. Sem capacidade de trabalhar, o segurado não consegue ter atividade remunerada. O benefício existe justamente para compensar o abalo na renda.

Leia mais: Cuido de um parente doente, posso receber auxílio doença?

Requisitos para ter direito ao auxílio-doença

São três requisitos básicos para obter esse benefício. Vejamos a seguir.

1 -Estar incapacitado para o trabalho – O que importa a fins judiciais, não é a doença. É necessário que ela impeça a pessoa de trabalhar.

2 – Ter cumprido o prazo de carência de 12 meses – Em regra, para ter direito ao auxílio-doença o segurado deve ter contribuído com, pelo menos, 12 pagamentos mensais para o INSS, antes do início da incapacidade.

Porém, existem alguns casos em que a pessoa tem isenção dessa carência, ou seja, não precisa cumprir o número mínimo de contribuições mensais.

Estará isento da carência nos casos de:

  • acidente de trabalho;
  • doença do trabalho;
  • ter contraído alguma das doenças graves que dispensam carência.

3 – Ter qualidade de segurado – Não adianta ser considerado inapto para o trabalho se o beneficiário não está na qualidade de segurado. Pelas regras do INSS, os benefícios por incapacidade são destinados apenas para pessoas que estão em dia com as contribuições ou dentro do período de graça.

Leia também: Confira situações que podem levar o indeferimento do auxílio doença

Quem está aguardando perícia pode trabalhar?

Infelizmente, estar na fila de espera do INSS é a realidade de vários trabalhadores. Alguns chegam a aguardar durante meses, não recebendo o benefício do INSS e nem a remuneração da empresa, que só é obrigada a pagar os primeiros 15 dias de afastamento.

O auxílio-doença é pago em razão da incapacidade do segurado ao trabalho. Quem analisa esta incapacidade é o médico perito, que é um servidor público, contratado para essa finalidade. 

Todavia, em muitos casos, trabalhar neste período passa a ser uma necessidade. Porém, fique sabendo que essa atitude pode atrapalhar a concessão do benefício, pois o instituto pode entender que a pessoa já está apta para voltar a exercer suas atividades.

Se o prazo do pedido já se esgotou, existem quatro alternativas:

  • Continuar aguardando pela resposta do INSS indefinidamente;
  • Enviar uma petição administrativa solicitando a análise imediata;
  • Abrir um mandado de segurança (ação judicial) para exigir a análise do pedido no judiciário;
  • Ajuizar uma ação judicial que pede a concessão do benefício do INSS.

Por isso, é realmente muito importante que haja uma consulta com um advogado especialista para analisar se essa possibilidade se aplica ao caso.

Ana Luzia Rodrigues

Jornalista há 30 anos já atuou nas redações de jornais de Teresópolis como reporter, editora , diagramadora. Fez vários textos jornalísticos para o evento Rio 92 e atualmente está atuando no jornalismo digital integrando a equipe do Jornal Contábil.

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