O Ibovespa alcançou um recorde histórico de fechamento na última segunda-feira (19), encerrando o pregão em 135.778 pontos, marcando uma alta de 1,36%. Esse desempenho superou o antigo recorde de 134.193 pontos, estabelecido em 27 de dezembro do ano passado. O otimismo no mercado foi impulsionado por boas notícias tanto no cenário internacional quanto no doméstico.
A valorização do principal índice da B3 seguiu a tendência de alta das bolsas americanas, com investidores diminuindo suas apostas de recessão nos Estados Unidos e ajustando suas expectativas para uma possível redução dos juros em 0,25 ponto percentual em setembro. “Embora alguns dirigentes do Federal Reserve tenham opiniões divergentes, há um consenso crescente de que os juros americanos serão reduzidos em setembro”, afirma Bruno Takeo, estrategista da Potenza Capital. Marcos Moreira, sócio da WMS Capital, complementa: “Dados econômicos recentes têm contribuído para minimizar os receios de uma recessão nos EUA.”
Além disso, a expectativa de uma possível negociação de cessar-fogo em Gaza, que poderia aliviar as tensões no Oriente Médio, também teve um impacto positivo. Isso resultou em uma queda superior a 2,5% nos contratos futuros de petróleo.
No dia 16 de agosto, investidores estrangeiros aportaram R$ 2,3 bilhões no segmento secundário da B3, que inclui ações já listadas, apesar da queda de 0,15% no Ibovespa. Esse movimento elevou o superávit mensal para R$ 6,4 bilhões, embora o saldo anual continue negativo em R$ 30,15 bilhões.
Por outro lado, investidores institucionais retiraram R$ 1,8 bilhão na mesma data, aumentando o déficit mensal para R$ 10,42 bilhões e o déficit anual para R$ 15,19 bilhões. Investidores individuais também sacaram R$ 1,12 bilhão, resultando em um déficit de R$ 2,6 bilhões em agosto, mas um superávit de R$ 20,46 bilhões no ano de 2024.
Fuga de Investidores Estrangeiros
Desde o início do ano, o mercado de ações brasileiro tem enfrentado uma crescente saída de investidores estrangeiros. A deterioração do cenário fiscal e as incertezas locais têm contribuído para essa tendência. Na última quinta-feira (13), investidores estrangeiros retiraram R$ 84,9 milhões no segmento secundário da B3. No dia anterior, com a deterioração fiscal impactando o Ibovespa e o dólar atingindo R$ 5,40, houve uma retirada significativa de R$ 3,08 bilhões.
Em junho, o ritmo de fuga acelerou, com uma saída de R$ 7,22 bilhões até o dia 12. Essa tendência de retirada de capital revela um movimento acelerado em direção a mercados externos considerados mais atraentes.