Em um mundo de negócios cada vez mais globalizado, a transparência financeira é essencial para análise pelos investidores e partes interessadas. A adoção dos princípios contábeis internacionais trouxe para o universo contábil uma série de normas e procedimentos que visam assegurar a confiabilidade das informações financeiras divulgadas pelas empresas. Entre essas normas, destaca-se o Pronunciamento Técnico CPC 01 (R1) – Redução ao Valor Recuperável de Ativos que visa assegurar que os ativos estejam registrados contabilmente pelo valor que podem ser recuperados, seja pelo uso ou pela venda.
Neste contexto as empresas em geral no final do exercício antes da elaboração das demonstrações contábeis ou quando existir evidência relevante deve providenciar o teste de recuperabilidade nas regras constantes deste pronunciamento e aplicá-la na contabilização de ajustes para perdas por desvalorização de todos os ativos, exceto os ativos que tem pronunciamentos técnicos específicos:
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A elaboração de laudo para a aplicação do CPC 01 depende das circunstâncias e da política interna da empresa. Em geral, o laudo não é obrigatório quando as evidências são claras e subsidiada por documentação idônea que suporte as avaliações realizadas e os critérios utilizados para determinar o valor recuperável dos ativos.
Em situações complexas que sugere dúvidas sobre a recuperabilidade de ativos significativos e nos riscos envolvidos, recomendável obter um laudo externo com um perito contábil ou consultoria especializada para ter analises detalhadas e objetivas e relevantes.
Para aplicar com precisão as avaliações e o reconhecimento contábil pertinentes, é fundamental conhecer as definições dos termos técnicos da norma.
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Alguns desses termos incluem:
Como parâmetros para indicar a ocorrência da desvalorização de um ativo utiliza-se informações de fontes externas e internas.
A perda por desvalorização ocorre quando o valor contábil de um ativo é superior ao seu valor recuperável. Essa perda deve ser reconhecida no resultado do período. Já a depreciação, amortização e exaustão são formas de apropriação do valor dos ativos ao longo do tempo, considerando, respectivamente, o desgaste físico, a perda de benefícios econômicos futuros e a exaustão dos recursos.
Portanto, a norma CPC 01 traz diretrizes claras e precisas para a redução ao valor recuperável de ativos, garantindo a transparência e confiabilidade das informações contábeis. A correta aplicação dessa norma é fundamental para que as empresas apresentem uma visão fiel de seus ativos e possam tomar decisões estratégicas sólidas e embasadas.
Além disso, a norma aborda a reversão da perda por desvalorização, que deve ocorrer caso haja evidência objetiva de que o montante da perda não é mais apropriado. Nesse caso, a reversão deve ser registrada no resultado do período.
Para aplicar os procedimentos do CPC 01 na prática, as empresas devem seguir uma série de etapas, incluindo:
A divulgação das informações é um aspecto essencial do CPC 01. As empresas devem apresentar em suas demonstrações contábeis as políticas contábeis adotadas, os critérios utilizados para determinar o valor recuperável dos ativos, as perdas e por desvalorização reconhecidas e as reversões da perda por desvalorização.
Importante constar que quando a empresa não aplica o teste da recuperabilidade dos ativos elencados no CPC 01 pode resultar em consequências:
Uma empresa fictícia “Empresa XYZ” possui um conjunto de ativos sujeitos a depreciação no seu balanço.
Aquisição de um equipamento de produção: R$ 100.000,00, estimativa de vida útil de 5 anos e um valor residual de R$ 10.000,00.
A cada ano, a Empresa XYZ deve realizar uma avaliação do valor recuperável desse equipamento. Vamos supor que, após 3 anos de uso, a empresa considere que houve uma mudança no mercado que reduziu o valor do equipamento.
Após realizar a avaliação, a empresa determina que o valor recuperável do equipamento é R$ 60.000,00, ou seja R$ 40.000,00 a menos do que seu valor contábil original de R$ 100.000,00.
De acordo com o CPC 01, a Empresa XYZ deve reconhecer uma perda por desvalorização do equipamento de produção de R$ 40.000,00 após a avaliação.
Em síntese, a redução ao valor recuperável de ativos traz diretrizes claras e precisas garantindo a transparência e a confiabilidade das informações contábeis. A correta aplicação dessa norma é fundamental para que as empresas apresentem uma visão fiel de seus ativos e possam tomar decisões estratégicas sólidas e embasadas.
Por Kenia Maria da Silva, especialista em neurociência e psicologia positiva no desenvolvimento humano, auditoria digital, direito tributário e gestão para cooperativas, com graduação em ciências contábeis. Atua a 32 anos em contabilidade tributária para cooperativa do ramo agropecuário. Experiência em docência universitária e técnica. Esporadicamente escreve artigos e textos para publicações em blogs, sites e revistas e capítulos de livros digitais.
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