Jovens abaixo dos 18 anos receberam imunizante não permitido pela Anvisa

A imunização da população contra a Covid-19 é considerada pelos médicos a melhor forma de enfrentamento contra a pandemia. Para que os imunizantes pudessem ser utilizados na população houveram diversas pesquisas e testes. No entanto, no dia 15, último domingo ocorreu a vacinação de alguns jovens com vacinas não autorizadas na Grande São Paulo.

Dos imunizantes disponíveis em nosso mercado, o único até o momento com autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser usado em menores de 18 anos é o Pfizer. A Oxford/AstraZeneca conta com estudos sobre eficácia e segurança já desenvolvidos, porém aguarda análise da Anvisa.

A vacinação incorreta de adolescentes aconteceu em Rio Grande da Serra, na Grande SP, o município deu início a vacinação de alguns grupos:

• Crianças com até 45 dias de vida

• adolescentes com deficiências

• adolescentes com comorbidades

• adolescentes grávidas

A vacinação ocorreu de duas formas diferentes, nos postos para vacinação e também em forma de drive-thru, modalidade exclusiva para adolescentes pertencentes a grupos prioritários.

Raphael foi um dos jovens que recebeu a vacina com uma dose da CoronaVac na UBS Central de Rio Grande da Serra, quando sua irmã recebeu a foto referente ao comprovante e descobriu que o irmão foi imunizado com uma vacina não autorizada para sua faixa etária de imediato ligou para sua mãe.

Segundo Aline, sua mãe ficou desesperada e até chorou, a profissional que aplicou a vacina vendo a comoção falou com ela ao telefone, ainda segundo Aline a mulher estava muito brava, questionando onde ela tinha visto a informação de que apenas a Pfizer poderia ser usada em menores.

Aline conta também que a profissional da saúde afirmou ter permissão de seus superiores para utilizar outras vacinas que não a Pfizer. Quando ela afirmou que se deslocaria até o posto para comprovar a tal permissão, foi informada de que não seria possível atendê-la, pois o horário de funcionamento se encerraria às 14 horas e já estava próximo.

Após o ganho midiático do caso, Raphael recebeu a visita de profissionais da saúde em sua casa, eles foram averiguar se o jovem apresentou alguma reação ao imunizante e também para monitorar o andamento do caso do jovem. A família do Raphael foi informada de que ele não era o único, ao menos 10 dez jovens estão na mesma situação e que o erro seria de responsabilidade dos profissionais dos postos de vacinação.

Francielly é outro exemplo das vacinas não autorizadas utilizadas em menores de idade, ela recebeu a vacina AstraZeneca, por meio da aplicação em drive-thru, onde o profissional da saúde se desloca até a residência. A menina sofre de anemia falciforme, doença genética causadora de deformidades nos glóbulos vermelhos, o que pode ocasionar problemas circulatórios e gerar trombos (coágulos).

No dia 7 de abril a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) apresentou relatório comprovando que a vacina Oxford/AstraZeneca poderia estar ligada ao risco de acontecimento de trombose. Porém, o próprio EMA e a OMS definiram que os benefícios são muito maiores do que as possibilidades de efeitos colaterais.

Segundo a mãe de Francielly, sua filha apresentou reações à vacina, teve febre, dor no corpo, vômito e alguns outros.

A Secretaria Municipal da Saúde lamentou o ocorrido por meio de nota, disse também que os envolvidos no fato foram afastados.

A Secretaria também reconheceu que dez doses da Butantan/Coronavac e mais duas da 2 Oxford/AstraZeneca foram utilizadas de forma incorreta em pacientes com idades entre 12 e 17, todos os pacientes são acometidos por alguma comorbidade. Disse ainda que todos os pacientes estão recebendo monitoramento, e esperam pelas orientações do estado sobre como proceder com relação 2º dose.