Empresas do grupo:

Início » LGPD: Por quais motivos as empresas relutam a se adequarem?

LGPD: Por quais motivos as empresas relutam a se adequarem?

por Esther Vasconcelos
5 minutos ler
Imagem por @titima037 / freepik

A preocupação com a segurança de dados pessoais, que teve um aumento significativo no último ano, segundo recente pesquisa da Cisco, pode estar com os dias contatos caso as empresas adequem-se à LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), a qual entrou em vigor no final do ano passado.

A pandemia e a adaptação ao modelo de trabalho remoto fizeram com que as pessoas ficassem ainda mais alertas sobre o tema e reivindicassem seus direitos.

estudo global da Cisco revelou ainda que 95% das organizações brasileiras acreditam que segurança cibernética é de extrema importância para o sucesso de suas operações.

No entanto, a privacidade de dados é o maior desafio para 68% dos entrevistados, seguido pela segurança de dados (63%). Cerca 78% dos respondentes afirmaram que poderá haver aumento nos investimentos em cibersegurança.

A partir de sua vigência, a LGPD visa regulamentar práticas de coleta e tratamento de dados, assim todos os usuários têm o direito de saber como as organizações armazenam e utilizam suas informações pessoais.

Por quais motivos as empresas relutam a adequação à LGPD?

A dúvida é um dos principais desafios, uma vez que muitas empresas ainda não sabem exatamente se a adequação à LGPD se aplica ao ramo de atuação, ou se realmente possuem dados sensíveis dentro da organização.

Outro equívoco comum é quando aquelas que consomem serviços em multicloud acreditam que os dados estão sob responsabilidade de terceiros, o que não é verdade. Na realidade, o que ocorre neste cenário é um compartilhamento de responsabilidade entre controlador e operador, até certo ponto.  

Isto implica na necessidade, inclusive, de se auditar os prestadores de serviço, até mesmo os fornecedores dos ambientes em cloud.

A mudança de cultura também pode ser um obstáculo no início, pois é necessário que a organização como um todo seja capacitada e tenha conhecimento das políticas de segurança, além de um reconhecimento da importância em proteger as informações pessoais dos clientes e demais colaboradores. Assim como a restruturação de processos, tendo em vista a implementação de sistemas apropriados.

É importante frisar que nenhuma empresa está isenta da responsabilidade aos dados. Se possui funcionário registrado ou prestador de serviço, ela se enquadra na LGPD.

Além da multa, que é um ponto conhecido, a organização que não segue as exigências da LGPD internamente não tem a visão do próprio acervo de dados existente e não sabe quem e como estes estão sendo acessados na prática.

Como saber se a empresa está dentro da lei?

A existência de recursos como o Data Protection Officer tornou-se obrigatória para que as instituições tenham um setor responsável por manter o programa de proteção de dados. Isso se dá por meio de comitês em conjunto com o departamento de TI para que estratégias e metas sejam traçadas e para que a empresa possa, além de funcionar de acordo com a LGPD, gerar valor e lançar produtos e serviços que vão de acordo com o programa de proteção de dados.

A tecnologia como aliada na adequação à LGPD

A tecnologia oferece meios mais sofisticados para lidar com as adequações. Utilizando as ferramentas corretas, é possível identificar padrões de comportamento de usuários e remediá-los antes mesmo de haver um vazamento de dados.

Mais importante ainda, é garantir que a busca por dados sensíveis seja automatizada e sem risco de falhas com o auxílio de soluções tecnológicas voltadas à cibersegurança.

A adequação à LGPD pode ser um desafio para diversas empresas. Porém, ferramentas de Data Mapping e Data Discovery podem facilitar a adaptação de cultura dentro das empresas, visando sempre a proteção de dados sensíveis.

Revisitar todo o processo tecnológico da organização é um passo estratégico para a adequação à lei, direcionando equipes e oportunidades de maneira estratégica. Neste momento, fica ainda mais evidente a necessidade das empresas de protegerem e fazerem um bom uso de suas informações.

Trata-se de um fator de competitividade e, o trabalho de conscientização junto aos colaboradores em relação à importância de uma cultura de proteção de dados será tão importante quanto a tecnologia aplicada.

Por Wagner Hiendlmayer é Diretor Executivo de Data & Risk da Digisystem, empresa 100% brasileira com 28 anos de experiência em serviços especializados em TI.

Você também pode gostar

This website uses cookies to improve your experience. We'll assume you're ok with this, but you can opt-out if you wish. Accept Read More