O contexto atual exige de todos os líderes algumas características importantes, para que possam conduzir empresas e pessoas no desafio de atravessar uma crise severa e profunda.
Desafios não aparecem somente em momentos de crise, mas são o combustível de avanços humanos e um agente revelador de lideranças.
Para avançar neste tema pode-se iniciar questionando: “Quem é líder?” A isto muitos responderão que líderes são os chefes!
Mas, quando ainda projetos de vida no ventre materno, quem nos orientou como ajeitar-se, respirar, livrar-se do cordão umbilical no pescoço, entre outras tarefas necessárias ao desenvolvimento de nossa vida?
O ato de nascer tem o impulso vital de ação à frente, de romper o status quo, de projetar o futuro, de lançar-se no desconhecido.
Estes são alguns dos atributos da liderança e neste sentido todos iniciamos a viver como líderes.
Tendo isto como pano de fundo e nos transpondo para o âmbito de uma empresa, a crise pode ser definida como um momento perigoso ou difícil, com alcance para afetar processos de evolução ou continuidade, que pode ser classificada nas seguintes categorias: Familiar, Mão de Obra, Ética, de Imagem, Econômica e Política.
Como numa gestação, cabe à liderança estabelecer a direção, estimular a si mesmo e outros a agir do modo correto, fazer a coisa certa, para seguir em frente.
Para possibilitar isso tem que criar, motivar e inspirar as pessoas a alcançarem a visão de futuro da empresa.
E quais são os desafios da liderança nos momentos de crise? Mais do que em situações tranquilas, o bom líder deve preocupar-se com três condições primordiais: motivação, alinhamento e realização.
A motivação, pode ser definida como propulsora para ação, e depende muito da vontade própria e do ambiente.
O líder sabe que criar condições que estimulem a motivação é mais importante do que recuperar os desmotivados.
Ouvir a todos, cumprimentar e ser respeitoso com as pessoas, são atos simples que impulsionam o ambiente motivador.
Por outro lado, gritar, ignorar as pessoas, viver de cara amarrada, são comportamentos que tornarão o ambiente propício à desmotivação.
Portanto, vale ficar atento às atitudes que promovem colaboração, empatia, autoconfiança.
Outro aspecto a considerar é o alinhamento. A frase tão usual “estamos todos na mesma página”, que tem servido para exemplificar o alinhamento entre as pessoas, pede cuidado em sua aplicação.
Estamos na mesma página, mas de que livro? Estar na página 3 ou 4 – ou qual seja – em livros distintos, ou parecidos, não significa que estamos todos alinhados.
A clareza de onde estamos e da nossa direção, têm que ser exaustivamente discutida, para efetivamente estarmos todos na mesma página do mesmo livro.
Finalmente, precisamos manter firme o propósito de realizar o que nos comprometemos, seja a receita oriunda das vendas, os custos e despesas planejados, bem como o resultado positivo para dar sustentação aos negócios. A realização exige foco, trabalho em equipe e persistência, para que as metas sejam atingidas.
Jamais nos esqueçamos que a liderança pode conduzir vários passageiros, como numa viagem de carro, mas para liderar pessoas precisamos, antes de tudo, saber dirigir nosso próprio veículo pela estrada da vida.
Por Hamilton Ibanes é consultor da MESA Corporate Governance