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Luiz Marinho diz que saque-aniversário do FGTS é um “engodo”

Nesta segunda-feira (13), o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, participou de uma reunião na capital paulista com empresários na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Na pauta, o saque-aniversário do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

Durante a reunião, o ministro afirmou que muitos trabalhadores utilizam o saque como forma de financiamento e isso tem atrapalhado no cumprimento dos papéis aos quais o fundo realmente se destina. Ele não poupou críticas ao saque-aniversário, dizendo que a modalidade é um “engodo”.

“Acho que o saque-aniversário é um engodo porque atrapalha a lógica da indústria, porque vai enfraquecendo o fundo para investimento”, disse o ministro, chamando os industriais paulistas a ajudarem o governo no enfrentamento desse tema.

“Seguramente vamos pautar isso no conselho curador do fundo de garantia e quero contar com o apoio da indústria”, falou.

“Com esse método [de saque-aniversário], ele [trabalhador] acaba perdendo o emprego e não podendo sacar o fundo porque aderiu ao saque-aniversário”.

O ministro também confessou aos empresários que vem sendo atacado por se mostrar contra o saque.

“Estou sendo muito atacado pelo povo do chamado mercado, mas aqui somos mercado, não somos? O pessoal dos bancos está muito nervoso porque tenho feito falas sobre rever o saque-aniversário do fundo de garantia”, disse o ministro.

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Pedindo apoio

A reunião na Fiesp também serviu para Marinho pedir apoio aos industriais para a modernização da legislação trabalhista e aprovação da reforma tributária. Aproveitou para dizer que em relação à legislação trabalhista, o governo não pretende revogá-la, mas atualizá-la.

“Não cabe a palavra revogar. Cabe a palavra de que temos que revisitar o que já foi feito, observar os excessos que estão ali de precarização das relações de trabalho e portanto, fazer as correções que se devem em relação a isso. Revogar seria voltar tudo ao que era. Isso não cabe. Mas é preciso atualizar a legislação existente em um processo de modernização, em especial, olhando a representatividade das partes e provocando e valorizando o papel do contrato coletivo de trabalho”, disse Luiz Marinho.

Em breve, um grupo de trabalho será criado para pensar sobre a legislação trabalhista e também na questão sindical, informou o ministro.

“A legislação não tem necessariamente de ter um detalhe das coisas. Se houver um bom ambiente de representação, se as entidades empresariais e dos trabalhadores estiverem fortalecidas, elas se sentam à mesa e resolvem”. A expectativa, disse o ministro, é de que ao final do primeiro semestre deste ano as mudanças na legislação trabalhista sejam entregues ao Congresso.

Reforma Tributária

A Reforma Tributária também foi tema da reunião. O ministro fez questão d epedir o apoio dos industriais para aprovação da reforma.

“A carga tributária é pesada para a produção e para o consumo. Mas ela é muito leve para os poucos milionários existentes no Brasil. Portanto, é necessário que a gente enfrente esse debate e que os senhores ajudem a sensibilizar o Congresso numa reforma tributária necessária, numa inversão dessa tabela do Imposto de Renda, que tem sacrificado os baixos e médios salários”, disse o ministro.

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Salário mínimo

Após sair da reunião, Marinho conversou rapidamente com os jornalistas e aproveitou para falar que o governo estuda promover o aumento do salário mínimo para maio. No entanto, ele não falou sobre valores.

Atualmente o valor do salário mínimo está em R$ 1.302, porém, o desejo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é o piso nacional no valor de R$ 1.320.

Jorge Roberto Wrigt

Jornalista há 38 anos, atuando na redação de jornais impressos locais, colunista de TV em emissora de rádio, apresentador de programa de variedades em emissora de TV local e também redator de textos publicitários, na cidade de Teresópolis (RJ). Atualmente se dedica ao jornalismo digital, sendo parte da equipe do Jornal Contábil.

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