Como toda quarta-feira, ontem foi dia da divulgação do fluxo cambial pelo Banco Central, e desta vez os números chamaram bastante a atenção do mercado. Em setembro, a saída de dólares superou a entrada em US$ 5,539 bilhões, em seu pior desempenho mensal desde fevereiro deste ano quando a moeda norte-americana era cotada próxima de R$ 4,00.
O maior “culpado” por este desempenho foi o canal financeiro, que teve saída líquida de US$ 6,330 bilhões no período. Este segmento reúne os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações, o que já traz uma sinalização do que pode estar acontecendo com o mercado. Os números chamam ainda mais atenção quando levado em conta que, no comércio exterior, o saldo de setembro ficou positivo em US$ 791 milhões. Mas então, o que explica esta saída gigantesca de dólares?
Segundo o diretor de câmbio da Wagner Investimentos, José Faria Júnior, o entendimento é que o resultado foi puxado por uma forte saída de moeda estrangeira na última semana de setembro. Fato este, por sua vez, explicado pela mudança da Irlanda para “paraíso fiscal”, anunciada no dia 16 de setembro, o que elevou a tributação de remessas para o país de 15% para 25%. “Se isto for verdade, o fluxo cambial deverá melhorar neste mês”, ressalta Faria Júnior.
Ao tomar a medida, o fisco brasileiro se alinha com outros países que têm imposto restrições aos paraísos fiscais e recentemente passaram a contestar especialmente o regime tributário irlandês. Depois da crise de 2008, o país alternou sua legislação para atrair empresas estrangeiras que lá instalaram holdings e subsidiárias para pagar menos imposto de renda.
Para se ter uma ideia, os investimentos diretos na Irlanda saltaram de US$ 31 bilhões para US$ 101 bilhões entre 2014 e 2015. O resultado foi que o PIB do país cresceu 26% em 2015, contrariando todas as previsões de analistas, que esperavam algo próximo de 8%. No Brasil, a Receita considera paraíso fiscal qualquer país que cobre menos de 20% de imposto ou que não permita acesso a informações sobre a composição acionária de suas empresas.
Apesar desta ser a explicação mais usada pelos analistas, há quem acredite que tenha muita força também o fato dos investidores estarem se antecipando à alta de juros nos Estados Unidos. “O que se imagina é que o capital especulativo de alto risco já se antecipa à ação do Fed e deixa os emergentes”, afirma o diretor da mesa de trade da corretora Mirae Asset, Pablo Spyer. No último dia 21 de setembro, o Fed manteve os juros, mas mostrou a vontade de elevar os juros uma vez este ano, o que o mercado entendeu como uma sinalização de que a alta virá em dezembro, já que no próximo mês ocorre as eleições no país. Matéria Infomoney
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