Se você é MEI e já se preocupou com a possibilidade de pagar mais impostos, calma! Mas, ao mesmo tempo, vale ficar de olho nas novas propostas que estão surgindo. O ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, trouxe à tona um modelo de tributação progressiva para quem ultrapassa o limite de faturamento do MEI. Mas, em vez de simplesmente aumentar os impostos, a ideia é aplicar taxas apenas sobre o valor excedente, e não sobre o faturamento total.
A proposta surgiu durante um evento sobre e-commerce em Brasília, e não veio sozinha: além da nova taxação, França também defendeu um abatimento de custos da folha de pagamento no Simples Nacional, o que pode ser um alívio para muitos micro e pequenos empresários. Mas será que essas ideias realmente vão sair do papel?
Atualmente, o limite de faturamento para ser Microempreendedor Individual é de R$ 81 mil por ano. Se esse valor for ultrapassado, o empreendedor precisa migrar para outro regime tributário, o que pode significar um aumento considerável na carga de impostos.
O que o ministro propõe é que, em vez de taxar todo o faturamento de quem estourou o limite, a tributação seja aplicada somente sobre o valor que ultrapassar os R$ 81 mil. Isso evitaria que muitos MEIs fizessem malabarismos para não passar do teto – como dividir a empresa em CNPJs diferentes ou limitar o crescimento do próprio negócio.
Mas atenção: essa é apenas uma proposta, e mudanças desse tipo precisam passar por várias etapas antes de virarem realidade.
Além da tributação progressiva para o MEI, Márcio França também falou sobre um possível abatimento de custos com a folha de pagamento no Simples Nacional. Isso significa que os empresários poderiam descontar salários e encargos do faturamento usado para calcular os impostos.
Essa ideia ajudaria empresas que estão crescendo, pois permitiria contratar mais funcionários sem que isso empurrasse o faturamento para faixas de tributação mais altas. Mas, como qualquer mudança tributária, essa proposta ainda depende de análises dentro da Reforma Tributária, que está em andamento no governo.
Outro assunto que continua em debate é a possibilidade de aumentar o limite de faturamento do MEI para R$ 144 mil anuais. Essa mudança está em discussão no Congresso Nacional e pode trazer mais fôlego para microempreendedores que querem expandir suas atividades sem precisar migrar para outro regime.
Mas, ao mesmo tempo, o governo também quer incentivar pequenas empresas a migrarem para categorias tributárias mais amplas, como Lucro Presumido ou Lucro Real, para aumentar a arrecadação. O desafio é encontrar um meio-termo que não sobrecarregue os pequenos negócios, mas também não trave o crescimento das empresas.
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O evento onde o ministro apresentou essas propostas também trouxe um debate interessante sobre o papel dos marketplaces e das plataformas digitais para os pequenos negócios. A presidente da Amazon Brasil, Juliana Sztrajtman, destacou como o comércio eletrônico tem ajudado microempreendedores a vender mais e alcançar clientes em todo o país.
Mas vender online não resolve tudo: muitas empresas ainda enfrentam dificuldades logísticas, principalmente para entregas em locais mais remotos. Além disso, outro desafio apontado foi o acesso a crédito, algo essencial para quem quer crescer, mas ainda encontra barreiras burocráticas e altas taxas de juros.
O ministro França falou sobre algumas iniciativas que podem ajudar nesse sentido, como um cartão específico para MEIs e programas de crédito facilitado para empreendedores que mantêm um histórico de pagamento em dia. Mas, segundo ele, ainda há um problema: muita gente confunde crédito com aumento de impostos, e isso faz com que alguns empreendedores tenham medo de buscar financiamento.
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Por enquanto, tudo isso ainda está no campo das discussões e propostas. As ideias apresentadas pelo ministro não são definitivas, mas mostram que há um movimento dentro do governo para tentar ajustar as regras do MEI e do Simples Nacional.
Se a tributação progressiva for aprovada, MEIs que faturam um pouco mais que o limite podem pagar menos impostos do que pagariam hoje, o que pode ser um estímulo ao crescimento. Já o abatimento da folha de pagamento poderia dar mais segurança para quem quer contratar funcionários sem medo de ser empurrado para um regime tributário mais caro.
Enquanto isso, a possível ampliação do teto do MEI continua no radar do Congresso, mas sem uma data certa para ser aprovada.
Se você é MEI, a dica é ficar de olho nas mudanças, porque elas podem impactar diretamente o seu negócio. Mas, por enquanto, nada muda – então o melhor é seguir organizando as finanças, monitorar o faturamento e evitar sustos com impostos inesperados.
E, claro, torcer para que qualquer alteração venha para facilitar a vida dos empreendedores, e não para complicar ainda mais. Mas, como toda mudança tributária, é sempre bom esperar para ver como a história se desenrola.
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