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Pesquisa revela que as mulheres foram mais atingidas pela pandemia do que os homens

por Wesley Carrijo
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A pandemia causada pelo coronavírus atingiu com mais força as mulheres, provocando uma série de retrocessos na carreira delas, principalmente das que são mães.

Com as restrições implementadas para tentar evitar o aumento do contágio, postos de trabalhos foram fechados, e a maior parte das mulheres precisou adaptar os horários para dar conta dos cuidados com filhos, marido e expediente.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) mostrou que sete milhões de mulheres deixaram os locais de trabalho na primeira quinzena de março, quando a pandemia ganhou força em solo brasileiro.

O número é dois milhões mais alto do que o registrado entre os homens.

Entre as causas mais evidentes para o índice está o fato de as mulheres ocuparem mais cargos em restaurantes, hotéis e demais locais que recebiam quantidades consideráveis de público.

Assim, a crise sanitária atingiu primeiro esses locais e, consequentemente, elas. 

De acordo com Marcos Hecksher, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), esta é a primeira vez em três anos que a maioria das mulheres fica fora do mercado de trabalho, caracterizado pelas pessoas que estão trabalhando ou procurando emprego no momento.

“Se a participação feminina ainda fosse a média dos três anos anteriores, o esperado seria haver 46 milhões de mulheres na força de trabalho e 41 milhões fora dela.

A maioria das mulheres estava na força de trabalho. Agora, a maioria ficou fora”, afirma Hecksher.

Além disso, para as mulheres que estão em regime remoto, as dificuldades com o período também aumentaram.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019, elas se dedicavam, em média, 18,5 horas semanais às tarefas domésticas e aos cuidados com os filhos e outras pessoas residentes no lar, mesmo estando empregadas.

Na mesma pesquisa, os homens cumpriam cerca de 10,3 horas semanais com essas questões.

Mulheres no mercado de trabalho

“As mães estão preocupadas com o risco de demissão ou de problemas no trabalho, porque não são capazes de desempenhar seu trabalho tão bem quanto de costume.

Mesmo que as mulheres sintam que seu emprego ou renda estão relativamente seguros, muitas estão dizendo que simplesmente não podem continuar assim por muito mais tempo”, diz Justine Roberts, fundadora e diretora executiva da Mumsnet, maior rede online para pais do Reino Unido.

Mercado de trabalho pós-pandemia

“O sistema está ultrapassado. E, quando você olha para isso, é do interesse das empresas encontrar um novo normal no local de trabalho pós-Covid”, diz Allyson Zimmermann, diretora da Catalyst, ONG global que passou anos acompanhando dez mil graduados em MBA – grau acadêmico de pós-graduação destinado aos profissionais formados na faculdade de Administração e demais áreas executivas das empresas.

Na análise, foi possível perceber que há uma falta de opções flexíveis para as mulheres quando elas se tornam mães, o que afeta o desempenho e a motivação para o trabalho.

Com o coronavírus, a situação deve ser potencializada pela sobrecarga psicológica e física do período, além da crise econômica instalada.

Com receio das sequelas provocadas pelo coronavírus, a ONU Mulheres publicou, em março, um documento com uma série de recomendações para que os efeitos causados na América Latina e no Caribe sejam menores.

Entre elas está a de “promover estratégias específicas para o empoderamento e a recuperação econômica das mulheres, considerando programas de transferência de renda, para mitigar o impacto da pandemia e suas medidas de contenção”.

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