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Como a neurociência organizacional pode contribuir na compreensão de ambientes plurais e dinâmicos?
O que esse campo da ciência detecta e quais são os padrões que podem auxiliar numa visão mais clara e assertiva sobre o comportamento humano?
Diante de um problema que a empresa venha a enfrentar existe uma nebulosa, portanto, a consultoria tem o papel de adentrar nessas nuvens, nuances cognitivas e coletivas e avaliar diferentes aspectos em torno do cenário conflitante.
A neurociência é uma ferramenta auxiliar importante na compreensão do material mais complexo durante as consultorias:
O humano!
Nesse artigo, o intuito será esclarecer qual o papel da neurociência no âmbito da consultoria empresarial, como esse método auxilia a ‘enxergar o invisível’, uma frase mencionada com frequência aqui na Plano Consultoria diante de situações complexas.
Suponhamos que a empresa está passando por um cenário de frequentes demissões.
Os funcionários aparentam apatia, falta engajamento no time.
Ao ouvir cada integrante durante as avaliações, é possível notar interpretações totalmente distintas sobre o mesmo cenário.
E por que isso acontece?
O consultor e sócio-diretor na Plano, José Carlos Torquato, pontua que diante de diferentes fenômenos que possam surgir no ambiente organizacional, é viável reunir ferramentas científicas ou lógicas.
A neurociência, psicologia e abordagens como o Sensemaking podem auxiliar na tradução das ‘dores’ do ambiente organizacional envolvendo pessoas:
“Cada colaborador irá contar uma história e essa narrativa é construída a partir de uma personalidade, do papel que esse indivíduo exerce na sociedade e também na empresa. Um cenário repleto de linguagens que exige a avaliação coletiva e o apoio de ferramentas para a tradução. O objetivo será formar uma perspectiva única a respeito desse fenômeno, aproximando-se da verdade em relação ao conflito apresentado pela organização.”
Investiga a biologia por trás do sistema nervoso e a complexa relação com diferentes atividades executadas pelo corpo humano.
O sistema nervoso agrupa respostas sensoriais – como sentimos e respondemos a um cenário interno e externo.
Essas respostas são de ordem motora, cognitiva, emocional dentre outras.
A partir do século XXI ocorreram inúmeros avanços na investigação comportamental humana e a possível representação da subjetividade em bases biológicas.
Estudos no campo da neurociência avaliam:
Na pesquisa Educação Corporativa e Neurociência: Contribuições para o Educador no Ambiente Organizacional, publicada em 2017, pesquisadoras brasileiras investigam a importância da revisão no modo de se obter e gerar conhecimentos no cenário organizacional do presente, sobretudo, com o apoio da ciência e da neurociência.
O indivíduo recebe constantemente uma gama de informações, o que não é sinônimo de conhecimento, um processo gerado através da experiência e disseminação.
A questão de aproximar-se da ciência e da neurociência como ferramentas importantes no contexto organizacional não tem relação dessa vez com a competitividade, uma pauta que já foi fortemente atribuída ao cenário das empresas quando o termo ‘globalização’ era alvo de manchetes na mídia.
No cenário de globalização, as habilidades cognitivas e o processamento eficiente dessas informações eram requisitos num ambiente de mercado competitivo e que fez parte do passado.
A pesquisa ressalta a relevância de sistemas educacionais dentro das empresas com foco no desenvolvimento de comportamentos, posturas e habilidades condizentes com a cultura.
Investir no desenvolvimento e na compreensão sobre o que rege o comportamento humano no cenário atual é uma maneira de compreender cientificamente como se dá o conhecimento, as crenças e a compatibilidade da pessoa com a empresa, o pertencimento de que tanto se fala atualmente.
O teórico em economia comportamental, Daniel Kahneman, aborda no livro Rápido e Devagar duas formas de pensar sobre os vieses cognitivos por trás do comportamento humano.
O autor utiliza dois mecanismos mentais para explicar a tomada de decisão em diferentes cenários.
O sistema 1 é considerado rápido, intuitivo, por vezes falho, principalmente na avaliação de dados estatísticos ou de cenários complexos. O que ocorre é que o sistema 1 é extremamente rápido, todo pensamento passa primeiro por ele só para depois o sistema 2 ser ativado.
O sistema 1 está presente na construção de cenários baseados em memórias, manchetes de jornais e todas as relações simplistas que o cérebro realiza automaticamente e que fazem parte do repertório de vida da pessoa.
A crença, por exemplo, passa pelo sistema 1 e torna-se enraizada com o reforço do sistema 2.
Já o sistema 2 é considerado lento, analítico e precisa de um determinado esforço cognitivo para ser acionado.
Geralmente é essencial na avaliação de dados estatísticos, em pesquisas e investigação de cenários complexos em que as supostas evidências nem sempre têm relação.
O intrigante sobre esses aspectos da mente é que independentemente do nível de escolaridade, todo humano está suscetível aos vieses cognitivos.
Kahneman, inclusive, faz experimentos com pesquisadores e cientistas lógicos que acabam caindo nas mesmas ‘armadilhas da mente’ que pessoas leigas caem.
Na avaliação de um conflito dentro da empresa é essencial essa consciência sobre como a mente funciona.
Uma questão que a maioria considera a ‘raiz do problema’ pode não ter relação nenhuma com a realidade.
O pensamento coletivo e o inconsciente são sistemas acionados com extrema velocidade pela mente, tornando-se uma armadilha quando o intuito é entender um cenário incerto.
A neurociência, a psicologia e as ferramentas que conhecemos como o Sensemaking, Design Thinking, dentre outras, agrupam um repertório de possibilidades para ampliar o olhar sobre o ambiente e as pessoas.
Atinge um novo patamar de consciência e proporciona o alcance de soluções que antes não era possível enxergar.
O consultor empresarial Torquato faz uma observação reflexiva a respeito do conhecimento científico, essa busca necessária que aproxima o humano da verdade, atuando intensamente no cenário atual de pandemia:
“A ciência é essencial para você explicar determinados fenômenos e tomar decisões. Mas não podemos colocar todas as fichas como se isso englobasse todo o conhecimento do mundo. Se existe uma delimitação sobre o que é conhecimento científico, por outro lado, existe uma limitação muito maior que é o que a gente não conhece.”
Portanto, mesmo com a inserção desse grande aparato da neurociência que tende a aproximar consultores a uma visão mais perspicaz sobre o ambiente e as pessoas, cada cenário a ser visitado vai exigir uma nova reflexão e abertura para esse ‘desconhecido’.
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