Imagem: Drazen Zigic / freepik
O que se pode esperar do mercado de trabalho neste semestre? A Robert Half, consultoria global de soluções em talentos, a pedido do Jornal Contábil, destaca sete tendências principais:
O aquecimento do mercado de trabalho qualificado;
A dificuldade no preenchimento de vagas em aberto;
A posição privilegiada dos bons profissionais;
O desafio da fidelidade;
O foco na marca empregadora;
O mantra da flexibilidade
E a alternativa inteligente dos empregos temporários.
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As expectativas refletem uma mudança no equilíbrio entre empregado e empregador.
Para aprofundar as discussões, orientar líderes empresariais, departamentos de RH e profissionais brasileiros, as perspectivas vão a seguir:
Conforme a 24ª edição do Índice de Confiança ICRH, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, a taxa de desemprego dos profissionais qualificados (a partir dos 25 anos com ensino superior completo) foi de apenas 4,1% ao final do primeiro trimestre.
O índice de desocupação geral da população, que inclui essa categoria de profissional, foi de 8,8% no mesmo período.
“Ainda que o cenário econômico não tenha alcançado a estabilidade esperada pelo mercado, os níveis de desemprego abaixo dos 5% reforçam que a oferta de talentos disponíveis é escassa, já que a maioria dos bons profissionais está empregada.
A consequência é prática: aqueles com bagagem técnica e comportamental apurada serão fortemente disputados entre as empresas”, afirma Maria Sartori, diretora associada da Robert Half.
Ainda não chegou a hora de as companhias preencherem suas vagas com facilidade, ao esbarrarem no déficit profissional que o Brasil enfrenta, visto que o volume de formação de profissionais não consegue suprir as exigências do mercado na velocidade que ele exige.
Segundo dados do ICRH 24, 76,8% dos recrutadores estão com dificuldades para contratar profissionais qualificados.
Entre os entrevistados, 66% acreditam que o cenário não deve mudar seis meses nos próximos, enquanto 20% dizem que ele ficará mais desafiador.
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A tendência é que a dificuldade no preenchimento das vagas se torne ainda maior e uma das razões é a forte posição dos profissionais.
Os candidatos estão mais seguros em suas carreiras, têm mais clareza sobre seus objetivos profissionais e apresentam exigências cada vez mais altas para mudar de emprego.
“É preciso reforçar que as pessoas passaram por processos que alteraram profundamente suas perspectivas e seus desejos. Muitos profissionais seguem se perguntando se estão no emprego, carreira, cidade, ou até mesmo país, certos”, destaca Sartori.
A diretora ainda alerta; “Evidentemente, ocorreu uma mudança na percepção de equilíbrio na relação empregado/empregador e é natural que, com a evolução das empresas, os melhores profissionais queiram estar em espaços de trabalho onde se sintam bem e em empregos que de fato se adaptem à sua nova visão de vida”.
Em contextos mais voláteis, ao receber sondagens ou propostas, alguns candidatos podem dispensar a nova vaga de emprego, deixando seu ex-futuro empregador a ver navios, apesar de um acordo verbal, e optar por continuar trabalhando com a antiga empresa.
Parte desse cenário se deve às negociações realizadas com o empregador para a permanência no trabalho, as chamadas contrapropostas.
Diante dessas circunstâncias, recrutadores tendem a duvidar mais das intenções dos profissionais.
No entanto, é necessário reforçar que, na grande maioria dos casos, a estratégia da contraproposta gera consequências extremamente negativas.
Quando uma companhia, subitamente e mediante o risco de perder um colaborador, decide aumentar seu salário para retê-lo, por exemplo, abrem-se brechas para uma série de inseguranças, tanto da parte da empresa quanto do profissional.
A decisão de permanecer no emprego deve ser tomada com base em planejamento e autoconhecimento.
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Apesar da incerteza econômica, 47% dos recrutadores afirmam contar com profissionais contratados por tempo determinado e 40% dos profissionais alocados temporariamente nas empresas acreditam que terão mais oportunidades para atuar com projetos no próximo trimestre.
A relevância das oportunidades por projeto não deve ser subestimada: elas permitem que as empresas respirem nos períodos de pico, trazem experiência em situações estratégicas e devem ser uma solução quando cargos permanentes ficam vagos por um longo período.
Ainda, profissionais que começam a trabalhar por meio de contratos com prazo determinado ganham muita experiência em diferentes áreas e setores, além de reforçar o networking.
Mesmo após mais de três anos de debate, o pêndulo que representa a discussão sobre o modelo ideal de trabalho não encontrou equilíbrio e se depara com um complexo desafio: cresce, trimestre após trimestre, o número de empresas que determinam o retorno integral aos escritórios.
Por outro lado, em prol de mais bem-estar, qualidade de vida e saúde mental, flexibilidade é o novo mantra do mercado de trabalho e esse definitivamente ainda será o primeiro tópico das salas de entrevista por um bom tempo.
Há profissionais que não cogitam mais prescindir dos modelos híbridos e 38% estão dispostos, até mesmo, a buscar um novo emprego na impossibilidade de uma atividade parcialmente remota.
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As empresas sempre têm que lidar com a indexação.
Para isso, precisam controlar os custos salariais, mantendo-se simultaneamente competitivas no mercado de trabalho.
Isso não é simples em um mercado no qual se pagam altíssimos salários para atrair talentos.
As companhias, portanto, tendem a se beneficiar ao ter uma forte marca empregadora.
Para muito além de alta remuneração e benefícios atrativos, os candidatos escolherão empresas por sua identidade, seus valores e sintonia com as pautas mais latentes do mercado, como as agendas de ESG, diversidade e inclusão.
Dessa forma, o desafio de contar com profissionais alinhados à empresa, à vaga e ao perfil de gestão demanda investimento em processos de recrutamento estruturados e estratégicos.
“O preenchimento de uma posição precisa ter como objetivo garantir, de forma ágil, que a empresa prospere por meio do conhecimento e da dedicação dos talentos certos, indo muito além de simplesmente ocupar uma cadeira”, completa Maria Sartori.
“Mas, para isso, lembre-se que é fundamental que os profissionais tenham recursos e ambientes adequados para desenvolver todo o seu potencial”, finaliza a diretora.
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