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4 direitos da viúva garantidos pela lei

O matrimônio, um contrato regido por leis e permeado por diferentes regimes de bens, desempenha um papel crucial na vida dos casais. No entanto, é nos momentos mais desafiadores, como o falecimento de um dos cônjuges, que os aspectos legais se destacam para proteger os direitos do cônjuge sobrevivente.

O Código Civil Brasileiro estabelece as bases para entender como os direitos são distribuídos nesse contexto, mas muitas vezes essas nuances não são de conhecimento amplo. O que acontece quando há herdeiros envolvidos? Existe direito a pensão por morte? E quanto à permanência no imóvel compartilhado?

Neste guia, exploraremos minuciosamente os direitos do cônjuge viúvo, desvendando os meandros legais que moldam essa fase delicada da vida. Entender esses direitos não apenas fornece clareza em momentos difíceis, mas também assegura que a proteção legal seja uma aliada nesses momentos sensíveis.

1. Herança

A complexa teia de direitos do cônjuge viúvo se desenrola conforme a intricada lista de sucessão de herdeiros delineada pelo Código Civil Brasileiro. O enigma começa a ser decifrado com o entendimento de que o cônjuge sobrevivente, embora herdeiro, deve dividir essa partilha com os dependentes do falecido, como estipulado no artigo 1.829 da Lei 10.406/2002.

A ordem de sucessão é clara:

I. Aos descendentes, concorrendo com o cônjuge sobrevivente, a menos que o regime de casamento seja comunhão universal, separação obrigatória de bens ou, no regime de comunhão parcial, o falecido não tenha bens particulares.
II. Aos ascendentes, concorrendo com o cônjuge.
III. Ao cônjuge sobrevivente.
IV. Aos colaterais.

No que tange aos imóveis, destaca-se que o viúvo terá o direito ao imóvel, mas é imperativo solicitar a transmissão desse direito durante a partilha de bens. Uma nova certidão do imóvel será emitida, atestando a transferência.

Em cenários envolvendo outros tipos de propriedade, como casas de praia ou sítios, o cônjuge também detém direitos. Contudo, há restrições quanto à alienação ou locação, mantendo-se os compromissos habituais que evidenciem que o imóvel era, de fato, uma residência do casal.

Essa é apenas uma faceta das situações que se desdobram. No próximo tópico, exploraremos outros direitos do cônjuge viúvo, desvendando os diversos matizes dessa complexa sucessão hereditária.

Leia também | 3 Maneiras De Um Filho Perder O Direito A Herança

2. Pensão por morte

A pensão por morte, amparada pela previdência social brasileira, é um direito incontestável do cônjuge viúvo. No entanto, sua natureza vitalícia ou temporária é um intricado jogo determinado pela idade. Lembrando que a pensão por morte se torna vitalícia apenas para aqueles com mais de 44 anos, enquanto os mais jovens veem-se contemplados com um período determinado de amparo.

3. Seguro DPVAT

Quando a tragédia se desenha nos acidentes de trânsito, o sobrevivente recebe o DPVAT, mas aqui, a Lei nº 11.482/2007 estabelece um marco crucial: 28 de dezembro de 2006. Acidentes anteriores a essa data dividem o valor do seguro igualmente entre o viúvo e os herdeiros. Após esse marco, o cônjuge sobrevivente abocanha a totalidade do DPVAT. Em caso de seu falecimento, a distribuição segue a hierarquia da sucessão.

4. Saque de benefícios

O viúvo, no contexto de uma partida prematura, pode acionar os recursos do Pis/Pasep, FGTS e outros benefícios sociais. Contudo, essa transação respeitará a hierarquia dos dependentes, alinhando-se ao delicado equilíbrio estabelecido pelos direitos sucessórios.

Ricardo

Redação Jornal Contábil

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