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Presidente da Ucrânia faz denuncia de "crime contra a humanidade" à ONU
Presidente da Ucrânia faz denuncia de "crime contra a humanidade" à ONU
24/11/2022 19h37 Atualizada há 2 anos
Por: Esther Vasconcelos

Na quarta-feira (23), o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski, apelou ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, para tomar medidas que possam impedir os ataques aéreos russos contra infraestruturas vitais.  

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"Com temperaturas abaixo de zero, vários milhões de pessoas sem abastecimento de energia, sem aquecimento e sem água, trata-se, obviamente, de um crime contra a humanidade", afirmou Zelensky.

Os novos ataques russos na Ucrânia fizeram 30 vítimas civis, entre mortos e feridos, e deixando milhões de pessoas sem eletricidade, acesso a água e aquecimento, quando se registam já temperaturas negativas nalgumas regiões, segundo as Nações Unidas.

 “Hoje é apenas um dia, mas recebemos 70 mísseis. Essa é a fórmula russa do terror”, completou Zelensky.

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Ataques às infraestruturas energéticas

O director da Energoatom, empresa estatal que gere as centrais nucleares ucranianas, diz que a Rússia provocou uma "catástrofe nuclear e radioactiva" na Ucrânia.

Todas as centrais do país foram desligadas da rede eléctrica pela primeira vez em 40 anos. Um balanço feito pelo Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês) indica que a escalada de ataques deixou completamente sem eletricidade regiões como Lviv, no oeste, Zaporíjia (Zaporizhzhya) e Odessa, no sul, e Chernihiv, no norte.

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Segundo o engenheiro Petro Kotin, "um perigo real de uma catástrofe nuclear e radioactiva" e "um enorme risco de danos nas centrais nucleares", afirmou em comunicado. "A Rússia tem de responder por este crime vergonhoso."

Os apagões estão também a afetar grandes partes das regiões centrais de Vinnytsya e Dnipro, Khmelnitsk, mais a oeste, Kharkiv e Sumi no nordeste, Mykolaiv no sul e a capital, Kyiv.

Os ataques atingiram, além de infraestruturas, edifícios residenciais em Kiev e nas cidades de Chabany e Vyshhorod, nos arredores da capital, e as autoridades confirmaram que pelo menos 30 civis foram mortos ou feridos nas três localidades.

"A morte de civis, a destruição de infraestruturas civis, são ações terroristas. A Ucrânia continua exigindo uma resposta determinada da comunidade internacional para estes crimes", escreveu mais cedo no Twitter o presidente ucraniano.

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“uma reação muito firme”

A Ucrânia está esperando para ver “uma reação muito firme” do mundo aos ataques aéreos de quarta-feira, acrescentou o presidente ucraniano. 

É improvável que o conselho tome qualquer atitude em resposta ao apelo, já que a Rússia é um membro com poder de veto. Zelensky pediu que a Rússia não votasse em qualquer assunto em que sej parte. “Não podemos ser reféns de um terrorista internacional”, disse ele. 

“A Rússia está fazendo de tudo para tornar um gerador de energia uma ferramenta mais poderosa do que a Carta da ONU.” acrescentou.

Linda Thomas-Greenfield embaixadora dos EUA na ONU, disse que que Putin estava “claramente armando o inverno para infligir imenso sofrimento ao povo ucraniano” e “tentará congelar o país até a submissão”, acrescentou ela.

Nebenzya disse que os danos à infraestrutura da Ucrânia foram causados ​​por mísseis disparados por sistemas de defesa aérea, e terminou pedindo que o Ocidente pare de fornecer mísseis de defesa aérea à Ucrânia.