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OMS: Cultivo de tabaco em países que passam fome é denunciado
OMS: Cultivo de tabaco em países que passam fome é denunciado
26/05/2023 13h43 Atualizada há 1 ano
Por: Esther Vasconcelos
Imagem: pom626 / freepik

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou hoje, sexta-feira (26), que mais de 120 países estão utilizando mais de três milhões de hectares de terras para o cultivo de tabaco, inclusive em nações onde a população sofre com a fome.

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As informações foram divulgadas por meio de um comunicado, coincidindo com a aproximação do Dia Mundial Sem Tabaco, que será celebrado na próxima quarta-feira.

Cultive alimentos, não tabaco

Os dados foram apresentados no relatório intitulado "Cultive alimentos, não tabaco", lançado nesta sexta-feira, enfatizando os danos causados pelo cultivo de tabaco e os benefícios de práticas agrícolas mais sustentáveis para agricultores, comunidades, economias e meio ambiente.

Conforme mencionado no relatório da OMS, o Brasil e Moçambique estão entre os países com maior produção de tabaco.

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De acordo com a agência da ONU, mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo enfrentam insegurança alimentar aguda, ao passo que mais de três milhões de hectares de terras em mais de 120 países são destinados ao cultivo de tabaco prejudicial à saúde, inclusive em nações onde a população sofre com a escassez de alimentos, chegando a casos extremos de fome.

Plantação de tabaco Imagem: pom626 / freepik

De acordo com os mais recentes dados da OMS, observa-se um aumento de quase 20% nas áreas destinadas ao cultivo de tabaco na África, no período de 2005 a 2020.

A OMS destaca que o cultivo de tabaco acarreta doenças para os agricultores e que mais de um milhão de crianças que trabalham nas plantações "perdem a oportunidade de estudar".

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Os grandes problemas do tabaco

Segundo a organização, o tabaco representa não apenas uma grande ameaça para a segurança alimentar, mas também para a saúde em geral, incluindo a dos próprios produtores.

Os agricultores estão expostos a pesticidas, fumaça do tabaco (no processo de cura das folhas) e níveis de nicotina equivalentes aos encontrados em 50 cigarros, ressaltou Ruediger Krech, diretor de Promoção da Saúde na OMS, conforme citado no comunicado.

Ele alertou para problemas de saúde, como doenças pulmonares crônicas e envenenamento por nicotina.

Diante dos danos causados pelo consumo de tabaco, a Organização Mundial da Saúde insta os governos a interromperem os subsídios ao cultivo dessa planta e a apoiarem práticas agrícolas mais sustentáveis que "poderiam alimentar milhões" de pessoas.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, enfatizou que o tabaco é responsável por oito milhões de mortes por ano.

No entanto, governos em todo o mundo gastam milhões em apoio às plantações de tabaco, conforme denunciado no mesmo comunicado.

Ele ressaltou que ao optar por cultivar alimentos em vez de tabaco, prioriza-se a saúde, preservam-se os ecossistemas e fortalece-se a segurança alimentar para todos.