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Consumo nos Lares brasileiros fecha 1º semestre com alta de 2,47%, diz Abras
Consumo nos Lares brasileiros fecha 1º semestre com alta de 2,47%, diz Abras
27/07/2023 14h44 Atualizada há 1 ano
Por: Esther Vasconcelos
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O consumo nos lares brasileiros, medido pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), teve um crescimento significativo no primeiro semestre, encerrando com uma alta de 2,47%.

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Em comparação com o mesmo mês do ano anterior (junho do ano passado), o aumento foi ainda maior, atingindo 6,96%.

Em relação a maio deste ano, o indicador apresentou uma alta de 0,55%. Esses resultados abrangem diversos formatos de loja, incluindo atacarejo, supermercado convencional, loja de vizinhança, hipermercado, minimercado e e-commerce.

É importante mencionar que todos os indicadores são ajustados em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para considerar o impacto da inflação na análise.

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O que contribuiu para esse resultado?

O vice-presidente da Abras, Marcio Milan, destacou que esse crescimento consistente e gradual no consumo até o final do semestre foi favorecido por diversos fatores, incluindo a diminuição do desemprego, reajustes salariais e a consolidação dos programas de transferência de renda.

Milan ainda analisou que, se a pressão inflacionária sobre a cesta de alimentos continuar reduzida nos próximos meses, o consumo tende a aumentar, principalmente com eventos importantes que estimulam as compras, como o Dia dos Supermercados, a Black Friday e as festas de fim de ano.

O aumento do consumo foi influenciado, em grande parte, pelos recursos provenientes de programas de transferência de renda do governo federal, totalizando cerca de R$ 85,4 bilhões.

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Entre esses programas estão o Bolsa Família, o Primeira Infância (a partir de março), o Benefício Variável Familiar (a partir de junho) e os Auxílios Gás pagos em fevereiro (R$ 112,00), abril (R$ 100,00) e junho (R$ 109,00).

Além disso, diversos outros fatores contribuíram para o aumento do consumo, como os reajustes do salário-mínimo em janeiro e maio, os reajustes das bolsas de estudo da Capes e CNPQ, os reajustes dos servidores civis do Poder Executivo, o resgate do PIS/Pasep, o pagamento de lotes residuais de Imposto de Renda 2022, a ampliação da isenção do imposto de renda, os pagamentos do 1º e 2º lotes de Restituição do Imposto de Renda, o pagamento de precatórios e a antecipação do 13º de aposentados e pensionistas do INSS.

Queda nos preços

Segundo os dados da Abras, o valor da cesta de 35 produtos de consumo frequente, incluindo alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza, registrou uma queda de 1,75% no semestre.

Em junho, todas as regiões pesquisadas registraram deflação nos preços da cesta, com uma média nacional de -1,20%.

Dentre os produtos da cesta, as carnes foram os que apresentaram os maiores recuos de preços no período, com cortes do traseiro registrando -8,20% de queda e cortes do dianteiro -5,88%.

O frango congelado e o pernil também tiveram quedas significativas. Em relação aos itens básicos, destacaram-se as quedas nos preços do óleo de soja (-24,52%), café torrado e moído (-3,42%) e farinha de trigo (-1,10%).

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Altas

Já as altas foram impulsionadas por produtos como farinha de mandioca (+9,53%), leite longa vida (+9,17%), arroz (+6,45%) e feijão (+4,78%).

No segmento de hortifrutis, a única alta de preço no acumulado do ano foi registrada no tomate (+4,08%), enquanto a cebola (-43,47%) e a batata (-4,47%) apresentaram quedas no período.

Quanto aos produtos de limpeza, os preços permaneceram praticamente estáveis em junho, mas no acumulado do semestre, desinfetantes (+5,16%), sabão em pó (+4,17%), detergente líquido para louças (+2,10%) e água sanitária (+1,77%) tiveram aumentos significativos.

No segmento de higiene e beleza, destacaram-se os aumentos de preços em produtos como sabonete (+5,28%), creme dental (+5,22%), papel higiênico (+4,42%) e xampu (+3,76%).

Na análise regional, a maior queda no indicador ocorreu na Região Norte (-2,11%), seguida do Centro-Oeste (-2,09%), Nordeste (-1,51%), Sudeste (-1,17%) e Sul (-0,30%).