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Governo busca preservar até R$ 40 bi em despesas ao propor mudanças no Orçamento de 2024
Governo busca preservar até R$ 40 bi em despesas ao propor mudanças no Orçamento de 2024
08/08/2023 11h40 Atualizada há 1 ano
Por: Gabriel Dau
Imagem: rafapress / freepik

O governo enviou nesta segunda-feira (7) ao Congresso Nacional uma proposta de modificação ao Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO). A mudança autoriza o Executivo a incluir despesas condicionadas na proposta de Orçamento de 2024.

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Com isso, a equipe econômica poderia preservar até R$ 40 bilhões em despesas ao elaborar o Orçamento do próximo ano — que precisa ser encaminhado ao Congresso até 31 de agosto (entenda mais abaixo).

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O objetivo da proposta enviada pelo governo é similar ao de uma emenda aprovada pelo Senado durante votação da nova regra fiscal, em junho.

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arcabouço fiscal já havia sido aprovado pela Câmara em maio. Como a proposta foi alterada pelos senadores, há necessidade de uma nova rodada de votação na Casa.

Na ocasião, os deputados poderão derrubar as alterações feitas pelo Senado, incluindo a emenda que possibilita a inclusão de despesas condicionadas no Orçamento de 2024.

O deputado Danilo Forte (União-CE), relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2024, deve apresentar nesta terça (8) um parecer preliminar da proposta, em reunião da Comissão Mista de Orçamento (CMO).

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Caberá ao relator decidir pela inclusão ou rejeição da proposta encaminhada nesta segunda pelo governo.

À TV Globo, Danilo Forte disse que só analisará a mudança após a votação do arcabouço na Câmara dos Deputados.

Ou seja, a decisão sobre incluir ou não a alteração proposta hoje pelo governo federal no PLDO 2024 depende da decisão dos deputados em manter ou não a emenda aprovada pelo Senado (que trata do mesmo tema) no texto da nova regra fiscal.

Despesas condicionadas

Imagem: rafapress / freepik

A nova regra fiscal prevê que as despesas federais serão corrigidas anualmente pela inflação acumulada em 12 meses até junho.

Segundo texto aprovado pela Câmara durante a primeira votação, se essa inflação acumulada em 12 meses até junho for diferente da inflação verificada ao final do ano (janeiro a dezembro), o governo poderia corrigir o valor das despesas por meio da abertura de crédito, com aval do Congresso.

Porém, isso só poderia ocorrer em 2024, quando a inflação fechada de 2023 é divulgada.

Uma emenda ao texto do arcabouço, sugerida pela liderança do governo no Congresso e aprovada pelo Senado, permite que o governo projete, já no projeto de lei orçamentária — enviado até 31 de agosto —, o valor das despesas com base também na inflação de julho a dezembro.

A mudança poderia abrir espaço para o crescimento de até R$ 40 bilhões em despesas para o próximo ano.

Isso porque a expectativa é que a inflação registrada ao fim de 2023 deve ficar em um patamar maior do que o apurado nos 12 meses até junho.

A equipe econômica do governo avalia que a inclusão de despesas condicionadas no Orçamento torna a peça orçamentária mais realista e transparente.

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Nova regra fiscal

Em linhas gerais, a nova regra fiscal prevê que as despesas podem crescer acima da inflação, mas respeitando um intervalo fixo de crescimento real: entre 0,6% e 2,5%.

Além disso, o crescimento dos gastos fica limitado a 70% do crescimento da arrecadação do governo. Por exemplo: se a arrecadação subir 2%, a despesa poderá aumentar até 1,4%.

Se aprovada, a proposta vai substituir o teto de gastos, em vigor desde 2017, e que limita o crescimento da maioria das despesas do governo à inflação do ano anterior.

Fonte: G1