Previdência Social Copom
Copom determinou redução dos juros básicos da economia
Copom determinou redução dos juros básicos da economia
21/09/2023 09h47 Atualizada há 12 meses
Por: Leonardo Grandchamp
infografia_selic - ArteDJOR

A dinâmica dos preços no mercado levou o Banco Central (BC) a efetuar o segundo corte de juros no semestre. De forma unânime, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu reduzir a taxa Selic, que é a referência para os juros na economia, em 0,5 ponto percentual, estabelecendo-a em 12,75% ao ano. Esta decisão era amplamente esperada pelos analistas financeiros.

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Em seu comunicado, o Copom esclareceu que o corte de 0,5 ponto percentual está alinhado com a estratégia de conduzir a inflação rumo à meta estabelecida para 2024 e 2025. Consequentemente, o órgão reafirmou sua intenção de continuar promovendo reduções na mesma magnitude nas próximas reuniões, mas não deu indicações específicas quanto à continuidade dos cortes no início do próximo ano.

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O Comitê enfatizou também que a extensão total deste ciclo de flexibilização dependerá da evolução dos indicadores inflacionários, especialmente aqueles mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, bem como das expectativas de inflação, particularmente as de longo prazo. Além disso, levará em consideração suas próprias projeções de inflação, o nível de ociosidade na economia (conhecido como hiato do produto) e a avaliação dos riscos para a inflação futura.

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No período de março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic em 12 decisões consecutivas, em resposta ao aumento nos preços de alimentos, energia e combustíveis. A taxa permaneceu em 13,75% ao ano por sete reuniões consecutivas durante um ano, de agosto do ano passado a agosto deste ano.

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Antes do início desse ciclo de aperto monetário, a Selic havia sido reduzida para o patamar histórico de 2% ao ano, o nível mais baixo registrado desde o início da série histórica em 1986. Essa redução tinha sido adotada pelo Banco Central em resposta à contração econômica provocada pela pandemia de COVID-19, com o objetivo de incentivar a produção e o consumo. A taxa permaneceu nesse patamar mínimo de agosto de 2020 até março de 2021.

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Inflação

A Taxa Selic representa o principal instrumento de atuação do Banco Central para controlar a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em agosto, o IPCA registrou uma variação de 0,23%, acumulando um aumento de 3,23% nos últimos 12 meses. Após uma sequência de quedas no final do primeiro semestre, a inflação voltou a subir na segunda metade do ano, embora esse aumento fosse amplamente previsto pelos economistas.

No ano passado, o índice encerrou acima do teto da meta de inflação. Para 2023, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu uma meta de inflação de 3,25%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Portanto, o IPCA não deve ultrapassar 4,75% nem cair abaixo de 1,75% ao longo deste ano.

No Relatório de Inflação divulgado no final de junho pelo Banco Central, a autoridade monetária estimava que o IPCA encerraria o ano de 2023 em 5% no cenário base. No entanto, essa projeção pode ser revisada na próxima edição do relatório, que será divulgada no final de setembro.

As previsões do mercado financeiro são mais otimistas do que as estimativas oficiais. De acordo com o Boletim Focus, uma pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a expectativa é de que a inflação oficial feche o ano em 4,86%. Um mês atrás, as projeções do mercado apontavam para um índice de 4,9%.

Crédito mais barato

A diminuição da taxa Selic desempenha um papel crucial na estimulação da economia. Isso ocorre porque taxas de juros mais baixas tornam o crédito mais acessível e incentivam tanto a produção quanto o consumo. Por outro lado, taxas de juros mais baixas podem dificultar o controle da inflação. No mais recente Relatório de Inflação, o Banco Central previa um crescimento econômico de 2% para o ano de 2023.

No entanto, as projeções do mercado apontam para um crescimento maior, especialmente após a divulgação de que o Produto Interno Bruto (PIB), que representa a soma das riquezas produzidas em um país, cresceu 0,9% no segundo trimestre. De acordo com a última edição do Boletim Focus, os analistas econômicos estimam uma expansão de 2,89% do PIB em 2023.

A taxa básica de juros desempenha um papel central nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros na economia. Quando o Banco Central aumenta a taxa Selic, ele busca conter a demanda excessiva que pressiona os preços, pois juros mais elevados tornam o crédito mais caro e incentivam a poupança.

Por outro lado, ao reduzir a taxa Selic, o Comitê de Política Monetária (Copom) torna o crédito mais acessível, o que estimula a produção e o consumo, mas também enfraquece o controle da inflação. Portanto, para reduzir a Selic, a autoridade monetária precisa estar confiante de que os preços estão sob controle e não correm o risco de aumentar significativamente.

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