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Análise sobre corte conservador de juros feito pelo Banco Central
Análise sobre corte conservador de juros feito pelo Banco Central
21/09/2023 17h37 Atualizada há 12 meses
Por: Leonardo Grandchamp
Imagem por @freepik / freepik

O Copom (Comitê de Política Monetária) anunciou ontem, quarta-feira (20), mais um corte de 0,50 ponto percentual da taxa básica de juros (Selic), para 12,75% ao ano. Segundo Alexandre Gaino, professor de economia da ESPM e especialista em desenvolvimento regional e política industrial, o primeiro ponto importante do anúncio é a compreensão de que a política monetária e a alteração da taxa SELIC têm um tempo de impacto sobre a economia. “Quando o Banco Central sinaliza essa redução está olhando para a perspectiva da inflação e o ritmo de atividade econômica para um período daqui a 6 meses e 9 meses, horizonte de tempo da análise.”

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O analista explica que o comunicado do COPOM traz uma perspectiva de continuidade da queda da taxa SELIC para as próximas reuniões, indicando a manutenção dessa queda em meio ponto percentual. “Também ressalta pontos de cuidado e algumas preocupações, em especial com a economia Internacional, uma incerteza maior com setor externo. Mesmo que esse setor momentaneamente esteja apresentando algum controle da inflação, há alguns segmentos com elevação de preços como o de serviços e a volatilidade do preço do petróleo, que traz grande impacto para economia”, diz Gaino.

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Muitos países e seus bancos centrais vêm se empenhando no esforço de aperto monetário e de controle monetário para frear a inflação. Mas, também tem gerado desaceleração da atividade econômica mundial. Gaino comenta que “a queda do ritmo de crescimento mundial e, por consequência na economia brasileira, traz uma aceleração da inflação no curto prazo. A previsão para os próximos 12 meses é de subida até um patamar próximo a 5%. Teremos em 2024/2025 um IPCA em torno de 5%, estando dentro da meta projetada pelo BC. Além disso há uma estimativa pelo comitê de redução do ritmo de crescimento do país”.

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O especialista explica que a taxa real é a taxa de juros tirada a inflação, descontada sua evolução. E a expectativa não é o que passou, mas qual é inflação futura. “Com a queda da inflação ao longo dos últimos meses, segundo o boletim Focus, há uma redução das expectativas inflacionárias e um ritmo de redução da taxa SELIC. Esses efeitos contracionistas provocam reduções nos investimentos dentro da economia e diminuição da taxa de consumo. Então, essa queda de meio ponto percentual era totalmente esperada pelo mercado com um ritmo de redução de juros lento e comportamento da inflação futura na mira de um Banco Central conservador”, conclui Gaino.

Alexandre Gaino, professor de economia da ESPM e especialista em desenvolvimento regional e política industrial

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