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BB negocia pela 1º vez créditos de carbono no mercado externo
BB negocia pela 1º vez créditos de carbono no mercado externo
16/10/2023 08h38 Atualizada há 11 meses
Por: Leonardo Grandchamp
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Pela primeira vez na história, o Banco do Brasil (BB) embarcou no mercado internacional de créditos de carbono. Na semana passada, a instituição protagonizou uma operação marcante ao adquirir 5 mil créditos de carbono do renomado Projeto Envira Amazônia, que é gerenciado pelo banco francês BNP Paribas no mercado secundário. Posteriormente, esses créditos foram vendidos ao Standard Chartered Bank, no exterior.

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Essa iniciativa pioneira do BB foi concebida como um teste do novo modelo de negócios da instituição. O Projeto Envira, devidamente certificado pela Verra, uma das principais entidades avaliadoras no mercado voluntário de carbono, foca na proteção de mais de 200 mil hectares da Floresta Amazônica. O projeto ostenta ainda o selo Clima, Comunidade e Biodiversidade (CCB), que garante a destinação de parte dos créditos gerados em benefício da comunidade local.

O Banco do Brasil está determinado a se estabelecer como uma referência no mercado de carbono, abrangendo desde o desenvolvimento de projetos geradores de créditos até a compra e venda desses ativos. Além disso, a instituição visa fornecer serviços de consultoria para a realização de inventários de emissões de gases de efeito estufa. De acordo com informações do banco, os projetos apoiados por eles têm o potencial de preservar mais de 500 mil hectares de floresta nativa.

No início deste mês, o Banco do Brasil criou uma unidade estratégica dedicada exclusivamente a promover boas práticas ambientais, sociais e de governança, fortalecendo assim seu compromisso nessa área. A instituição está firmemente alinhada com os 12 compromissos para um futuro mais sustentável, com destaque para o reflorestamento e a conservação florestal, tendo como meta a conservação ou reflorestamento de 1 milhão de hectares até 2025.

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Expansão

Em 2022, o mercado global de créditos voluntários de carbono atingiu um valor de US$ 2 bilhões, e a expectativa é de um crescimento exponencial nos anos vindouros. No cenário brasileiro, a empresa de consultoria Way Carbon, especializada nesse setor, prevê que o volume de transações alcance a marca de US$ 20 bilhões até o ano de 2030.

O mercado de créditos de carbono possibilita às empresas a compensação de suas emissões de gases de efeito estufa. Cada empresa possui um limite estipulado para suas emissões, e aquelas que emitirem menos do que o estabelecido podem adquirir créditos, os quais podem ser vendidos para as empresas que excederam esse limite. Um crédito de carbono representa a redução de 1 tonelada de dióxido de carbono (CO2) ou de outros gases causadores do efeito estufa que deixaram de ser liberados na atmosfera.

Adicionalmente, as empresas têm a opção de adquirir créditos de carbono através do financiamento de projetos ambientais ou de desenvolvimento sustentável. Os mercados de carbono ganharam significativa relevância desde a assinatura do Protocolo de Kyoto pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1997.

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