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Você está doente? Conheça a Demência Digital, uma nova doença que assola o Brasil
Você está doente? Conheça a Demência Digital, uma nova doença que assola o Brasil
20/10/2023 18h14 Atualizada há 11 meses
Por: Bia Montes
Foto: Reprodução

Uma pesquisa realizada e apresentada em forma de relatório denominado Digital 2023: Brazil, da We Are Social em parceria com a Meltwater, a proporção de brasileiros conectados cresceu de 70% em 2019 para 84,3% em 2023.

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Nas estáticas mundiais, o Brasil se destaca, ao comprovar que o brasileiro passa em média 9 horas e 32 minutos na internet por dia, representando 2,5 horas acima da média global.

O Brasil também se encontra como quarto país com o maior  tempo de tela dentre uma lista de 44 nações.

Inúmeros especialistas acredita que o uso excessivo dos dispositivos eletrônicos é inofensivo à saúde humana.

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Porém, um estudo do Corpo Clínico do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, alerta sobre a chamada demência digital, que afeta o rendimento cognitivo dos usuários, levando muitas pessoas a tratamento.

O que é a Demência Digital?

O termo Demência Digital foi criado por especialistas coreanos que estudam o impacto do excesso de uso e a dependência no uso de dispositivos e aparelhos eletrônicos desde 1990.

Foi observado uma constante deterioração das habilidades e funções cognitivas das pessoas que utilizam em demasia as telas, criando um desequilíbrio entre o desenvolvimento do lado esquerdo e direito do cérebro.

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O estudo das evidências demonstra que o cérebro dos indivíduos viciados em celulares e jogos online tem um comprometimento significativo do lado direito, onde se concentram áreas relacionadas ao nosso foco e memória.

Isso aumenta as chances do desenvolvimento de demência no longo prazo.

Os prejuízos estão presentes em todos os indivíduos que se tornam dependentes ou viciados em dispositivos digitais, sendo o caso mais crítico em crianças e jovens, uma vez que o cérebro humano só atinge a sua maturidade funcional aos 23 anos.

Nesta fase, a atrofia cerebral pode trazer sérios riscos para a capacidade de concentração, formação de memórias (base do aprendizado) e os danos podem ser irreversíveis.

Além disso, o ser humano não é só prejudicado em seu sistema cognitivo, outro efeito devastador do excesso de tempo de telas é a socialização.

Como seres sociais, o ser humano precisa interagir consigo mesmo e com o mundo ao redor. Quando as pessoas ficam restritas ao mundo digital, elas acabam perdendo a capacidade de empatia e de lidar com as próprias emoções e as dos outros. 

Para a coach de líderes e empresas, Leila Santos, as ações que podem mitigar os riscos da demência digital, começam pelo controle do uso de eletrônicos.

“O mais importante é limitar o uso diário e alternar os estímulos que favorecem o desenvolvimento cerebral, especialmente das crianças. Conforme a Sociedade Americana de Pediatria, nenhuma criança abaixo de 6 anos deveria usar telas, uma vez que os riscos de comprometimento cerebral são muito altos”, destaca Leila.

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A coach ainda ressalta que o problema é que a maioria das pessoas não possui ideia de quantas horas ficam diante de uma tela ou navegando nas redes sociais.

Ambiente corporativo

No trabalho o caso não difere, a demência digital afeta habilidades cognitivas essenciais para o desempenho profissional como:

Sem essas funções, os profissionais desenvolvem dificuldades para a solução de problemas, ações inovadoras e a realização de análises.

“Na minha opinião, as empresas deveriam fazer campanhas de conscientização alertando sobre os riscos para a saúde física e mental, criando espaços físicos para experiências sensoriais diversas, que despertam interesse e convivência social. Estas ações podem amenizar os danos causados pelo excesso de telas ao longo do dia.”, reforça Leila.