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Investimento: Startups em fases iniciais X empresas consolidadas
Investimento: Startups em fases iniciais X empresas consolidadas
05/12/2023 04h27 Atualizada há 9 meses
Por: Leonardo Grandchamp
Imagem: andranik.h90 / freepik

Existe uma diferença muito grande entre startups em fases iniciais, que também chamamos de early-stage, e companhias consolidadas, principalmente no que diz respeito ao risco do investimento.

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Com o desenvolvimento do mercado nos últimos anos, o movimento ficou mais conhecido e mais pessoas e empresas se arriscaram nesse tipo de aporte financeiro. No Brasil, de acordo com o último relatório do Distrito, existem 1.874 startups ativas e possivelmente o dobro desse número ainda fora do mapeamento, já que a pesquisa é feita ativamente, por fora das Juntas Comerciais que registram as empresas desde sua formalização.

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Durante os dois primeiros anos de criação, a companhia passa por um momento chamado “vale da morte”, que é quando enfrenta os maiores desafios. Nesse período, as empresas sentem dificuldade em relação à validação do produto, escala de vendas e estruturação da equipe. A grande maioria não permanece com a totalidade dos founders no cap table da organização.

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Há muitos fatores em jogo. Briga entre sócios, perda de foco, falta de interesse dos investidores e do mercado e falta de capital são as principais causas de fechamento de empresas nascentes.

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Os investidores que aportam capital em negócios em fases iniciais ou são muito experientes no setor, sabendo analisar com mais cuidado e detalhes o business dessas companhias, ou são inexperientes. Aqueles que não possuem know-how muito frequentemente recorrem a fundos de investimento e venture builders, que fornecem mais segurança ao longo do processo por acompanharem mais de perto o crescimento e as métricas das empresas.

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Por outro lado, os negócios consolidados, que passaram por rodadas de investimento com pessoas mais aderentes ao risco, já estão gastando o dinheiro para desenvolver melhor seu produto ou aumentar a equipe. Os principais problemas enfrentados se voltam justamente ao gasto inadequado de recursos, à dificuldade na manutenção do crescimento da empresa e à retenção da equipe. Organizações grandes são constantemente assediadas pelo mercado e sofrem com a rotatividade de colaboradores. Além disso, devido ao número de funcionários na empresa, fica mais difícil gerenciar os recursos humanos.

Dessa forma, a grande diferença entre investir em startups early-stage e aquelas já consolidadas se baseia no risco, porém a chance de o investidor ter um múltiplo maior do seu aporte é investindo em empresas em fases iniciais. Apostar em startups maiores, que já realizaram outras rodadas de investimento é mais seguro, mas o crescimento é desacelerado, porque já têm uma escala muito grande, além do valor ser maior logo de entrada e a fatia negociada, menor.

Portanto, os desafios e as oportunidades associadas ao investimento em startups em fases iniciais e consolidadas abrangem um cenário complexo. Tudo vai depender da aversão ao risco e da estratégia do investidor, além do conhecimento e das experiências passadas com os diferentes estágios de crescimento das empresas, já que o grau de maturidade da companhia pode afetar o potencial retorno.

Por Rafael Kenji Hamada, médico e CEO da FHE Ventures, uma venture builder cujo principal objetivo é desenvolver soluções inovadoras voltadas ou adaptadas para as áreas de saúde e educação.