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Entidades do setor produtivo acham conservador o corte nos juros
Entidades do setor produtivo acham conservador o corte nos juros
14/12/2023 14h54 Atualizada há 9 meses
Por: Leonardo Grandchamp
Imagem: user3802032 / freepik

O recente corte de 0,5 ponto percentual na taxa Selic, os juros básicos da economia, gerou críticas por parte do setor produtivo. Tanto entidades da indústria quanto centrais sindicais consideraram a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) como conservadora e avaliam que há espaço para reduções mais expressivas nas próximas reuniões do órgão.

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A Confederação Nacional da Indústria (CNI) expressou seu descontentamento, caracterizando a postura do Banco Central como "extremamente conservadora". De acordo com a entidade, o corte de 0,5 ponto é prejudicial à atividade econômica, especialmente porque a inflação já está controlada e dentro do teto da meta para 2023.

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O presidente da CNI, Ricardo Alban, ressaltou em comunicado que o cenário de controle da inflação justifica plenamente uma redução mais acelerada da Selic. A entidade espera que nas próximas reuniões do Copom haja mais agressividade para alcançar uma redução mais significativa do custo financeiro suportado por empresas e consumidores.

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A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) compartilha da visão de que já há espaço para cortes mais intensos nas próximas reuniões. Segundo a entidade, o atual patamar da taxa de juros limita a capacidade produtiva do país, e em 2023, as concessões de crédito às empresas diminuíram, confirmando o baixo dinamismo da atividade industrial.

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Para a Firjan, consolidar uma intensificação na redução da taxa Selic requer o comprometimento com as metas fiscais estabelecidas. A entidade enfatiza que essa é uma condição necessária para diminuir a percepção de risco sobre a economia, melhorar o ambiente de negócios e impulsionar um crescimento econômico mais sustentável.

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Sindicatos

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), destacou que o Brasil permanece com uma das mais elevadas taxas de juros reais (juros descontando a inflação) do mundo, situando-se em aproximadamente 8% ao ano, e ressaltou que esse nível prejudica o desenvolvimento do país.

A presidenta da Contraf e vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira, criticou veementemente a decisão do Banco Central de manter a Selic nesse patamar, considerando-a absurda. Ela argumentou que não há cenários de risco inflacionário no país que justifiquem a manutenção da taxa básica de juros no atual nível, sugerindo que a Selic já deveria estar abaixo dos 10% até o final deste ano.

A Força Sindical também expressou sua insatisfação com o corte de 0,5 ponto na taxa Selic. A entidade classificou como branda a redução da taxa e instou o Banco Central a acelerar os cortes nas próximas reuniões. O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, enfatizou que manter os juros nesse patamar é insensível socialmente, pois o crédito continuará caro, o que poderá atrasar a recuperação econômica. Ele concluiu, afirmando: "Menos juros, mais desenvolvimento!".