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Campos Neto fala sobre projeção de corte de 0,5 p.p. na Selic
Campos Neto fala sobre projeção de corte de 0,5 p.p. na Selic
22/12/2023 06h13 Atualizada há 9 meses
Por: Leonardo Grandchamp
Imagem: Divulgação / Internet

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, declarou nesta quinta-feira (21) que a projeção do Comitê de Política Monetária (Copom) de continuar a redução dos juros em 0,5 ponto percentual se aplica apenas às próximas duas reuniões do colegiado, não sendo indicativa de cortes subsequentes.

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As próximas duas reuniões do Copom estão agendadas para janeiro e março do próximo ano, com a subsequente programada para maio. Atualmente, a taxa Selic está em 11,75% ao ano, após quatro reduções consecutivas de 0,5 ponto percentual. No mais recente corte, neste mês, o comitê comunicou que pretende manter o ritmo de redução "pelas próximas reuniões", deixando em aberto a duração do ciclo de baixa.

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Ao responder às perguntas nesta quinta-feira, Campos Neto esclareceu que o Copom decidiu manter um guidance curto em suas comunicações, abrangendo apenas as próximas duas reuniões. "É um horizonte compatível com as nossas incertezas e a nossa visibilidade como política monetária", afirmou Campos Neto. Ele acrescentou que essa abordagem visa conduzir a política monetária com o mínimo de custo e ruído possível.

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O presidente do BC ressalvou que "não garantimos nada" e que, mesmo com a indicação de corte nas próximas duas reuniões, isso pode ser reavaliado a cada encontro.

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Sobre a possibilidade de uma eventual flexibilização da meta fiscal do governo afetar o ritmo de queda de juros, Campos Neto destacou que essa relação existe, mas não é mecânica. Ele observou que outros fatores, como a aprovação de reformas, podem compensar um eventual aumento nos gastos estatais. Campos Neto parabenizou o governo pela aprovação da reforma tributária e destacou que a agenda reformista compensou a pressão por mais gastos, mantendo as expectativas para a inflação estáveis.

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No Relatório Trimestral de Inflação divulgado anteriormente pelo BC, a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano foi levemente ajustada de 2,9% para 3%. O relatório também indicou que a probabilidade de a inflação de 2023 ultrapassar a meta (4,75%) neste ano caiu de 67% para 17%.