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Como lidar com uma transição de carreira não planejada?
Como lidar com uma transição de carreira não planejada?
21/12/2023 18h27 Atualizada há 9 meses
Por: Bia Montes
Foto: Reprodução

Em 2022, uma pesquisa da consultoria de RH EDC Group identificou que 91% dos participantes mudaram seu propósito de vida na pandemia.

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Já um estudo da plataforma Online Currículo, realizado em 2023, apontou que 82% dos respondentes com idades de 16 a 24 anos e com mais de 40 anos pensam em mudar a trajetória profissional.

Apesar dessa mudança ser um desejo comum entre homens e mulheres, mudar de área nem sempre acontece planejadamente.

Mas como identificar se é a hora certa?

E depois, o que fazer para fortalecer o novo rumo profissional?

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Amanda Medeiros, fundadora e diretora de Pessoas e Cultura na Facility, mudou de área pela soma de fatores: acaso, necessidade e incentivo. Formada em Direito e com experiência em contratos, morou fora do Brasil trabalhando em diferentes projetos até esgotar seus recursos, voltou ao Brasil e, hoje, é gestora de centenas de colaboradores na empresa que ajudou a fundar. Mas o caminho entre uma ponta e outra não foi fácil, e ela precisou enfrentar a insegurança e a timidez.

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"Sempre pensei em trabalhar em um lugar bonito, com alta energia e com resultados dos quais me orgulharia. Olhava para as mulheres que trabalhavam em bancos, e a minha avó Adélia, que me inspirava, e dizia: 'um dia será você, com essas roupas elegantes, maquiada e fazendo a sua história!'. A vida seguiu seu curso, até que hoje me dei conta de que estou no ramo financeiro e me visto como elas. Tudo é possível, mas o movimento é necessário", comenta.

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No caso dela, o movimento não foi planejado e aconteceu aos 32 anos, quando decidiu testar outras possibilidades, mesmo já tendo carreira no Direito.

De volta ao Brasil, Amanda trabalhou em uma promotora de crédito digitando os contratos, fazendo a mediação entre o consumidor e os bancos. Na época, seu namorado, hoje marido Wagner Coelho, trabalhava na mesma empresa como vendedor, e começou a se destacar por seus resultados. Foi aí que decidiram empreender e fundaram a Facility.

Com o crescimento da empresa, veio uma necessidade: parar de digitar contratos para gerir o núcleo operacional, sendo responsável por contratar, treinar, instruir e liderar. "Quem é empreendedor e começa a profissionalizar a empresa sabe que a gestão de pessoas é um dos principais fatores que impactam nos resultados. Criar uma cultura organizacional forte, promover o engajamento dos colaboradores e maximizar a produtividade da equipe é fundamental", comenta.

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Apesar de gostar de trabalhar com pessoas, Amanda achou a transição desafiadora, pois não se sentia pronta para assumir essa responsabilidade tão distante da área do Direito. "Eu tinha dúvidas se eu teria capacidade e também era tímida para falar em público. Hoje estou em pleno desenvolvimento, mas já consigo ter uma postura diferente e me sinto uma comunicadora em evolução", conta a profissional que inclusive é host no podcast "Elas Fazem".

Amanda também se inspira na executiva Karla Marques Felmanas, que deixou a formação em Moda para assumir o Grupo Cimed, mas lembra que não adianta só aceitar desafios e deixar acontecer. Por isso, a profissional continua se especializando na área, fazendo cursos e implementando novas iniciativas para os funcionários.

Entre os projetos que desenvolveu estão o refeitório com chef de cozinha e nutricionista, o incentivo para cuidar da saúde física e mental, além do investimento em cursos, capacitações e mentorias. "Lá no começo foi bem desafiador ver que alguém precisava assumir essa liderança de pessoas, mas recebi muito apoio e incentivo, e esse 'empurrão' me trouxe segurança para fazer o que precisava ser feito", finaliza.