Os empresários brasileiros estão perplexos com as mudanças negativas advindas deste novo regime, que em 2018 se superou. Quando a intenção propagada era de benefícios, simplificação e redução da carga tributária, percebemos na prática um aumento gradual nos recolhimentos mensais e uma enorme complexidade.
Há 11 anos publiquei um artigo sobre o tema em epígrafe, e até o saudoso professor Antônio Lopes de Sá, concordou com conteúdo da matéria por ser uma realidade incontestável – Disponível em: <https://www.classecontabil.com.br/as-armadilhas-do-simples-nacional>.
Recapitulando o conteúdo do artigo, o Estatuto Nacional das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte – MPE, Lei Geral das Micros e Pequenas Empresas, Super Simples ou Simples Nacional, editado no final de 2006, o Simples Nacional veio com o intuito de unificar os impostos federais, estaduais e municipais (ISS, PIS, COFINS, IRPJ, CSLL, IPI, ICMS e ISS). No lugar de várias guias de recolhimento, com várias datas e cálculos diferentes, haveria apenas um pagamento, com data e cálculo único de quitação, essa era a proposta. E desde a sua criação, era imprescindível a comparação dos valores a serem pagos anualmente nos diversos sistemas de tributação – Super Simples, lucro real e lucro presumido – antes de decidir qual o mais vantajoso.
O novo regime “simplificado” de tributação (Lei Complementar 123/2006) – Simples Nacional, já partiu sendo um sistema complexo, e a cada etapa vai ficando muito mais complicado que o Lucro Presumido e quase tão sofisticado quanto o Lucro Real.
Confira agora as 8 supostas vantagens do Simples Nacional que são verdadeiras armadilhas:
E como se não bastassem tantos problemas para os pequenos empresários, estão surgindo várias empresas propondo uma assessoria contábil com pagamento de honorários de apenas algo em torno de 10% do valor de mercado, prometendo os mesmos serviços e mesmos prazos de entrega. Sabe no que isso vai dar? Só saberemos daqui a algum tempo. Uma coisa é certa, os pequenos, o lado mais frágil da corda, será sempre o primeiro a quebrar. Que Deus tenha misericórdia dos pequenos, pois é nestas pequenas e micro empresas que estão os maiores celeiros de emprego e renda da população brasileira.
As micro e pequenas empresas não podem dispor de uma equipe de assessores tributários e advogados especializados, como fazem as grandes corporações, elas precisam ser auxiliadas e não ludibriadas. As MPE’s pedem socorro!
Este poderia ser, mas não é um novo artigo, é apenas o mesmo artigo publicado há 11 anos atrás, com algumas atualizações, pois infelizmente, não temos avanços, apenas novas armadilhas do Simples Nacional.
E ainda temos que continuar a dizer que temos um “Sistema Simplificado de Tributação”.
Tudo continua complicado!!!
Por Fábio Roberto Faros
Contador e diretor-executivo da NTW Contabilidade e Gestão Empresarial
Unidade Recife/PE.
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Como eu vejo essa situação: o brasileiro é muito esperto e quer levar vantagem em tudo. Para coibir os inúmeros golpes que são aplicados por brasileiros, a legislação cria esses entraves burocráticos dificultando cada vez mais a vida dos cidadãos que tentam cumprir com suas obrigações fiscais. Torna-se necessário e urgente a desburocratização do sistema, pois como afirma o artigo, se continuar assim a quebradeira será generalizada. Aproveito para parabenizar essa matéria, com certeza muito útil
É que a reserva de mercado que obriga um cidadão ter um contador como "funcionário" pagando um salário mínimo está ameaçada, graças à existência do regime super simples. O MEI é um embrião, vai chegar o dia que um sistema simplificado vai abranger empresas e profissionais de uma forma mais ampla e livrar-los das amarras da obrigatoriedade de ter um contador para arquivar notas e calcular impostos.