Polícia Civil do Distrito Federal desarticula esquema fraudulento milionário em plataforma de anúncios

Na manhã desta quinta-feira (20), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da Divisão de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM/CORF/DPE), lançou a Operação Bad Bots, com o objetivo de interromper uma atividade criminosa contra uma plataforma de classificados on-line.

Foi cumprido um mandado de busca e apreensão na residência de um homem de 53 anos, acusado de criar contas falsas na plataforma utilizando softwares automatizados, conhecidos como "bots". Ele vendia ilegalmente o serviço de impulsionamento de anúncios dos usuários.

A empresa vítima explicou que sua política é destacar no topo de cada categoria de produtos as publicações mais recentes dos usuários, oferecendo assim maior visibilidade aos anúncios. No entanto, o investigado desenvolveu um mecanismo chamado “BotAds”, que impulsionava anúncios através de contas falsas, mantendo-os em evidência sem o pagamento devido à plataforma.

Os serviços ilegais eram comercializados em canais de uma plataforma de compartilhamento de vídeos, utilizando a marca da empresa vítima sem autorização. Além disso, o investigado oferecia mentoria para ensinar a atividade ilícita a interessados.

O que são bad bots?

Bad bots são robôs da internet projetados para executar atividades maliciosas ou indesejadas. Ao contrário dos "good bots", que desempenham funções úteis como indexação de sites para mecanismos de busca, os bad bots são utilizados para fins como:

• Roubo de conteúdo: copiar informações de sites para republicar em outros lugares, sem autorização.
• Fraude em anúncios: gerar cliques falsos em anúncios online, inflando artificialmente as métricas e gerando prejuízos para anunciantes.
• Ataques de negação de serviço (DDoS): sobrecarregar servidores com tráfego artificial, tornando sites e serviços online indisponíveis.
• Coleta de dados: obter informações pessoais de usuários, como senhas e dados de cartão de crédito, para fins criminosos.

Como os bad bots roubam tráfego?

Embora não "roubem" tráfego no sentido literal, os bad bots podem prejudicar significativamente o tráfego legítimo de um site de diversas formas:

• Conteúdo duplicado: ao copiar conteúdo de um site e republicá-lo em outro lugar, os bad bots podem fazer com que os mecanismos de busca penalizem o site original, reduzindo sua visibilidade e tráfego orgânico.
• Ataques DDoS: ao sobrecarregar um site com tráfego falso, os bad bots podem torná-lo inacessível para usuários reais, prejudicando sua reputação e receita.
• Fraude em anúncios: ao clicar em anúncios de forma fraudulenta, os bad bots podem levar anunciantes a acreditar que seus anúncios estão sendo bem-sucedidos, quando na verdade estão sendo vítimas de um golpe.

Impacto nos negócios e usuários

Os bad bots representam uma ameaça crescente para empresas e usuários da internet. Para as empresas, os prejuízos podem ser significativos, incluindo perda de receita, danos à reputação e custos com medidas de segurança. Para os usuários, os riscos incluem roubo de dados pessoais, exposição a conteúdo malicioso e experiências online degradadas.

O combate aos bad bots

A luta contra os bad bots é um desafio constante. Empresas e provedores de serviços online investem em tecnologias e estratégias para detectar e bloquear esses robôs maliciosos. Soluções como CAPTCHAs, firewalls de aplicações web (WAF) e análise de tráfego são algumas das ferramentas utilizadas para proteger sites e usuários.

A importância da conscientização

Além das medidas técnicas, a conscientização sobre os perigos dos bad bots é fundamental. Usuários devem estar atentos aos riscos e adotar práticas de segurança online, como utilizar senhas fortes, manter softwares atualizados e evitar clicar em links suspeitos.

O investigado pode ser responsabilizado por crimes contra registro de marca e concorrência desleal, conforme previsto na Lei 9.279/1996.

Os "bad bots" referem-se a softwares automatizados maliciosos que realizam atividades prejudiciais em sistemas on-line a outros sites, como a criação de contas falsas e a manipulação de visibilidade de anúncios, sem autorização ou pagamento adequado.

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