Justiça LOJAS AMERICANAS
Ex-CEO da Americanas é encontrado e preso na Espanha
Miguel Gutierrez é apontado como integrante de uma das maiores fraudes da história do mercado financeiro do Brasil
28/06/2024 13h21
Por: Ana Luzia Rodrigues
Ex CEO da Americanas preso / Imagens Divulgação / Montagem Jornal Contábil

O ex-CEO da Americanas Miguel Gutierrez foi preso em Madri, na Espanha, na manhã desta sexta-feira (28). Ele estava com nome inserido na Difusão Vermelha da Interpol, a lista de procurados internacionais, desde ontem (27), quando foi alvo de mandado de prisão preventiva em operação da Polícia Federal, mas não foi localizado.

Miguel Gutierrez é apontado como integrante de uma das maiores fraudes da história do mercado financeiro do Brasil. Os valores envolvidos giram em torno de R$ 25,3 bilhões. A operação foi acompanhada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

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Entre os crimes apurados na investigação, estão: manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Em caso de condenação, as penas para os ex-executivos da varejista podem chegar a 26 anos de reclusão.

Além do executivo, a Justiça Federal também expediu um mandado de prisão contra a ex-diretora da companhia, Anna Christina Ramos Saicali. Ela ainda é considerada foragida e estaria em Portugal. O nome da executiva também foi incluído na lista da Interpol.

A atual diretoria da Americanas contribuiu com as investigações conduzidas pela PF.

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Como ocorria a fraude

De acordo com a PF, a fraude maquiou os resultados financeiros do conglomerado a fim de demonstrar um falso aumento de caixa e consequentemente valorizar artificialmente as ações das Americanas na bolsa.

Com esses números manipulados, segundo a PF, os executivos recebiam bônus milionários por desempenho e obtinham lucros ao vender as ações infladas no mercado financeiro.

As investigações da Polícia identificaram vários crimes, como manipulação de mercado, uso de informação privilegiada (ou insider trading), associação criminosa e lavagem de dinheiro. Caso sejam condenados, os alvos poderão pegar até 26 anos de prisão.

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