Um estudo recente, intitulado "Segurança Pública e Crime Organizado no Brasil", revelou uma mudança significativa no foco das investigações criminais no país. Entre 2014 e 2023, houve um aumento de 86% nas solicitações de informações sobre tráfico de drogas ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão responsável por fornecer dados financeiros para investigações.
Facções Criminosas em Ascensão:
As facções criminosas também ganharam destaque, com um aumento de 3,4% para 11% nas solicitações relacionadas a esses grupos. Em contrapartida, as investigações sobre corrupção sofreram uma queda acentuada, de 38,5% para 14,2%. Esses dados indicam uma priorização das autoridades em combater crimes comuns e organizados, em detrimento dos crimes de colarinho branco.
Diversificação das Facções:
O estudo também destaca a diversificação das atividades das facções criminosas, que expandiram seus negócios para setores legais como construção, transporte e hotelaria, o que facilita a lavagem de dinheiro. O Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) são as maiores facções do país, com atuação internacional e domínio de importantes rotas do tráfico.
1500 Postos de Gasolina do PCC e a Armadilha para Contadores
Outro ponto importante abordado no estudo é o uso de criptomoedas por organizações criminosas para golpes, fraudes e lavagem de dinheiro. A natureza anônima e portátil das criptomoedas facilita essas atividades ilícitas.
Para enfrentar esses desafios, o estudo recomenda o fortalecimento do Coaf, a criação de um comitê interministerial de combate ao crime organizado, a racionalização da base de dados de segurança pública e a atualização das leis sobre proteção de dados e ativos virtuais.
Este estudo lança luz sobre a complexa dinâmica do crime no Brasil, destacando a necessidade de ações estratégicas e coordenadas para combater as atividades criminosas em suas diversas formas.