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Bancários teriam participado de fraude da Americanas

Bancos citados na investigação, negam a participação na fraude bilionária da varejista

02/07/2024 às 11h16 Atualizada em 02/07/2024 às 12h01
Por: Ricardo de Freitas Fonte: Redação
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bancários teriam participado de fraude da Americanas
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A fraude contábil da Americanas, que alcançou R$ 25 bilhões, revelou um esquema complexo que envolvia a cooptação de funcionários de bancos para manipular documentos relacionados a operações de "risco sacado". Essa prática audaciosa, classificada pela Polícia Federal como uma "ousadia" dos responsáveis, consistia em ocultar as operações fraudulentas, alterando cartas de circularização e garantindo a continuidade das fraudes sem levantar suspeitas nas auditorias.

Como Funciona a Operação de Risco Sacado

A operação de risco sacado é uma modalidade de crédito em que um banco assume a dívida de uma empresa com seus fornecedores. Funciona da seguinte forma:

Compra a prazo: Uma empresa realiza uma compra a prazo com um fornecedor.

Antecipação do pagamento: O fornecedor, precisando de recursos imediatos, procura um banco para antecipar o recebimento do valor da venda.

Análise de crédito: O banco avalia o risco da operação, considerando a credibilidade da empresa compradora (sacado).

Pagamento ao fornecedor: Se aprovado, o banco paga ao fornecedor o valor da venda, descontando juros e taxas.

Pagamento ao banco: A empresa compradora (sacado) assume a dívida com o banco e realiza o pagamento na data de vencimento original da compra.

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A revelação da participação dos funcionários de bancos levanta sérias questões sobre a extensão da fraude e a necessidade de investigar o papel das instituições financeiras nesse esquema. A Polícia Federal destaca a ousadia dos envolvidos como um fator agravante, evidenciando a complexidade e a sofisticação do esquema criminoso que lesou a Americanas em bilhões de reais.

A Polícia Federal descobriu, em suas investigações sobre a fraude contábil da Americanas, que ex-diretores da empresa discutiam em uma "sala blindada" a manipulação de documentos enviados para auditoria. O objetivo era ocultar operações de "risco sacado", que não constavam nos balanços fraudulentos da empresa.

Mensagens trocadas entre os ex-diretores revelam a preocupação em retirar os valores dessas operações das cartas de circularização do Itaú e do Santander, enviadas em 2016. A omissão dessas informações era crucial para evitar que as auditorias descobrissem as fraudes.

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A "sala blindada" era um local dentro da Americanas onde assuntos sigilosos e, muitas vezes, criminosos eram discutidos. As investigações da PF contam com a colaboração premiada de dois ex-executivos da empresa, Marcelo Nunes e Flavia Mota, que forneceram informações cruciais para desvendar o esquema fraudulento.

O que dizem os bancos citados na investigação?

O Itaú e o Santander negaram participação na fraude bilionária da varejista. Leia a nota dos bancos:

Itaú

O Itaú Unibanco nega qualquer participação, direta ou indireta, na fraude contábil que a Americanas sofreu. O banco sempre prestou às auditorias e aos reguladores informações corretas e completas sobre as operações contratadas pela empresa, conforme legislação vigente e melhores práticas de mercado. Conforme já esclarecido, os informes enviados às auditorias sempre alertavam para a existência das operações de risco sacado. Os diretores da Americanas envolvidos na operação interagiram com representantes do Itaú no sentido de retirar os alertas. O banco nunca concordou com esse pedido e inclusive interrompeu, por mais de 6 meses, as operações de risco sacado. O Itaú reforça que a elaboração das demonstrações financeiras é de responsabilidade única e exclusiva da administração da empresa e repudia qualquer tentativa de responsabilização de terceiros por falhas ou fraudes nessas demonstrações.”

Santander

“O Santander repudia veementemente qualquer insinuação contrária à lisura de sua relação com a Americanas, eventualmente feita por pessoas responsáveis pelas irregularidades ocorridas em sua administração e das quais o banco também é vítima. A instituição sempre informou integralmente os saldos das operações da Americanas no Sistema Central de Risco do Banco Central, que constitui uma entre as possíveis fontes de auditagem, além das cartas de circularização. Fato relevante publicado pela própria empresa em 13 de junho de 2023 relata que ‘as demonstrações financeiras da companhia vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior da Americanas’. Ou seja, o documento comprova que a responsabilidade pelas ‘inconsistências contábeis’ é exclusiva da empresa, por intermédio de sua antiga diretoria.”

 

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