A contabilidade na mira da tecnologia: startups vêm transformando a relação dos escritórios contábeis com seus clientes

Plataformas garantem agilidade e trazem cada vez mais benefícios para o dia a dia do setor contábil

Um estudo realizado pela Distrito, holding de negócios voltados à inovação, levantou que o número de fintechs no Brasil cresceu 882% de 2015 para 2019. O número é impressionante, e hoje, as 550 empresas voltadas à prestação de serviços mostram como setores tradicionais, como a contabilidade, vêm sendo alvo de um período de grande inovação e, sobretudo, de transformação digital. E entre os negócios que mais vêm sendo impactados na área de contabilidade está a emissão de boletos, um dos meios mais clássicos de pagamento e que teve origem no Brasil nas décadas de 1960 e 70, sendo, ainda hoje, a preferência de 75% dos consumidores do país, segundo a Federação Brasileira de Bancos, a Febraban.

“Para a contabilidade, o boleto é uma das formas mais seguras de pagamento de honorários. Primeiro porque ele garante a segurança na transação, evita a inadimplência e através dele ainda é possível realizar a cobrança de juros e multas, além de diversos outros benefícios”, garante Luiz Carlos Lessa Jr., sócio da Scryta Assessoria Contábil.  

Pensando nisso, as fintechs têm possibilitado ao setor contábil um grande número de vantagens em relação aos serviços prestados por bancos tradicionais quando o assunto é oferecer soluções de pagamento. Um exemplo disso é a Juno, fintech que tem sede em Curitiba e que oferece aos escritórios de contabilidade facilidades diferenciadas e personalizadas, de acordo com a necessidade e a quantidade de emissões de boletos, por exemplo. “Entre as vantagens que oferecemos estão o registro em tempo real dos boletos, taxas diferenciadas, e a emissão de relatórios detalhados, em que o cliente consegue ir acompanhando de maneira facilitada tudo o que está sendo realizado via plataforma”, garante o CEO da Juno, Matheus Bernert.

Para quem tem uma carteira de clientes grande, como é o caso da Scryta, por exemplo, que hoje possui mais de 900 clientes ativos, possuir uma plataforma que facilite e reduza custos quando o assunto é emissão de boletos é um grande diferencial quando o assunto é inovação. “Por mês, emitimos uma média de 700 boletos. Se fossemos trabalhar com o sistema tradicional de emissão de boletos, que depende dos bancos tradicionais, seria muito oneroso. Além disso, a utilização de plataformas tecnológicas, como a da Juno, permite que nosso recurso seja liberado no dia seguinte ao boleto liquidado, enquanto os bancos nos dão um prazo de dois dias úteis após o pedido. Esse é um ganho bem importante”, conta Luiz Carlos.

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Relatórios como diferencial

Além de todas as vantagens já descritas, a integração de sistemas e a utilização de serviços de fintechs garante que o trabalho de cobrança seja cada vez mais assertivo, e isso é possível graças aos relatórios personalizados emitidos. “Nossos clientes podem escolher a periodicidade dos relatórios, que trazem dados gerenciais como faturamento por período, número de cobranças, conversão, valor do ticket médio, além de outras informações relevantes para que os escritórios de contabilidade tenham o controle total das suas movimentações”, diz Bernert.

Outro ponto positivo diz respeito à possibilidade de relacionar a cada um dos boletos gerados a nota fiscal a que ele se refere, o que facilita bastante a gestão financeira dos escritórios. “Esse é um facilitador, porque, além dos relatórios é possível acompanhar todo o histórico de cada cliente. A contabilidade precisa estar cada vez mais adaptada à chamada era exponencial, ou corre o risco de perder espaço, assim, ao aderir ao uso da tecnologia, estamos dando um passo para o processo de transformação digital”, finaliza Luiz Carlos.

Sobre a Juno

Só quem precisa emitir boleto bancário pelo banco sabe a dor de cabeça que isso pode se tornar. Emite boleto, paga taxa, cliente esquece de pagar, paga taxa de novo para uma nova emissão, e assim as empresas acabam presas a um serviço que normalmente está associado a um banco, uma carteira de cobrança e todas as taxas e burocracias que esse processo envolve. E foi assim, com a ideia de facilitar esse tipo de serviço, que a Juno nasceu.

E já nasceu para ser grande. Com o nome inicial de BoletoBancário.com, a startup tinha, em 2014, apenas 3 funcionários. Hoje, são 130 funcionários e a carteira de clientes é impressionante. São mais de 400 mil clientes cadastrados, O diferencial é simples: taxas simplificadas e sem burocracia. Na Juno, empresas de qualquer tamanho, ou até mesmo uma pessoa física, podem realizar cobranças online com boleto ou cartão de crédito.

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A ideia surgiu durante a universidade, quando, despretensiosamente, Eduardo Simioni fez um projeto de inovação de pagamentos com tecnologia utilizada pelas redes. O projeto acabou sendo indicado pelo programa Promessas Endeavor e começou a ganhar mercado. Após um período dedicado a outros projetos, Simioni passou a se dedicar à empresa e, com a entrada do CEO Matheus Bernet para tocar a operação, a Juno foi ganhando corpo e, principalmente, mercado.

Leonardo Grandchamp

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