Auxílio-Doença para usuário de drogas (dependentes químicos)
Recentemente, o jornal O Globo publicou uma notícia onde obteve informações da Previdência de que nos últimos anos o requerimento de benefícios junto ao INSS aumentou em 256%, o que nos leva a concluir que o consumo de drogas cresce de forma alarmante, bem como afasta milhares de brasileiros de seus trabalhos.
Usuários de crack, cocaína, merla e derivados causam preocupação à Previdência, já que, como visto, este número tem cada vez mais aumentado.
Por isso, confira aqui algumas informações sobre o recebimento deste benefício para dependentes químicos.
É possível que usuários de drogas recebam auxílio-doença?
O auxílio-doença é o benefício da Previdência concedido a pessoas com incapacidade TOTAL e TEMPORÁRIA, além de preencher os requisitos obrigatórios previstos em lei.
De forma geral, listei os requisitos que todos os benefícios necessitam, confira abaixo.
Requisitos Gerais para Recebimento do Benefício
- Ser inscrito no regime da Previdência, anterior ao acometimento da doença, e realizando as contribuições. Caso o segurado pare de contribuir, o benefício será mantido por até 12 meses após a cessação da contribuição;
- Período de carência de 12 meses – que nada mais é do que a exigência de já ter feito 12 contribuições à previdência;
- Incapacidade total para o trabalho e temporária;
No caso de dependentes químicos, a dependência também é considerada uma doença, e, portanto, cabível a requisição do auxílio, ainda mais que é visível e incontestável os efeitos devastadores que esta dependência causa no segurado.
Para tanto, o segurado deve agendar a consulta com o INSS e aguardar o dia da perícia, onde deverá providenciar todos os papéis, exames, atestados e laudos médicos comprovando a dependência química.
Eu fiz um artigo listando todos os documentos que necessita levar no dia da consulta – basta clicar aqui para ser redirecionado ao artigo.
Os benefícios, após concedidos, são revisados num período de 6 em 6 meses, e caso o segurado recupere a capacidade para o trabalho, demonstrando recuperação da dependência, o benefício será cancelado, já que está apto a retornar ao trabalho.
No que diz respeito à remuneração recebida pelos beneficiados, ela será a média de 80% das melhores contribuições do segurado, multiplicadas pelo fator previdenciário (91), para que possa chegar ao valor que será recebido mensalmente.
Aposentadoria por Invalidez para Usuários de Drogas
A aposentadoria por invalidez é concedida para segurados que possuem incapacidade TOTAL e PERMANENTE para atividades laborativas, diferente do auxílio-doença, onde a doença é temporária.
Em muitos casos, onde a doença se torna irreversível, o auxílio-doença é transformado em aposentadoria por invalidez.
Porém, em se tratando de usuários de drogas, a grande maioria das decisões administrativas do INSS e do poder judiciário entende que o uso de drogas, por si só, não é considerado como doença permanente, mas sim temporário, já que é possível a reabilitação do segurado e o retorno pro mercado de trabalho.
Ocorre que, em muitos casos, as drogas ocasionam problemas mentais e neurológicas, como retardo mental, psicose epilética e transtornos mentais e comportamentais pelo efeito de diversas drogas utilizadas a longo tempo.
Nestes casos, é possível o requerimento da aposentadoria com mais segurança de que ela poderá ser concedida.
Porém, em casos onde a mera dependência justifique o pedido, raramente será concedida a aposentadoria.
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Informações úteis sobre a aposentadoria por invalidez
São requisitos da aposentadoria:
- Qualidade do Segurado;
- Período de Carência de 12 contribuições mensais;
- Incapacidade Total e Permanente ao trabalho.
A incapacidade permanente é atestada pelo perito médico do INSS, também mediante prévio agendamento, com a presença de documentos que comprovem a incapacidade permanente, incluindo o laudo médico pessoal.
O Benefício é revisado de 2 em 2 anos, mediante agendamento de nova perícia, onde o perito avaliará novamente a existência ou não das aptidões de trabalho.
Para finalizar, importante falar sobre a remuneração do benefício – que é de 100% do salário de contribuição do segurado, incluindo adicional de 25% deste valor caso seja necessário o pagamento de terceiros para exercer os cuidados básicos com o segurado.
Bem, estas são as dicas de hoje. Espero que tenham sido úteis a você!
Por: João Vitório
Fonte: Vitório Netto Advocacia
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