O pedido de recuperação judicial do Grupo Petrópolis, fabricante de diversas marcas de cervejas, toma novos rumos e vai parar na polícia. Isso porque o Grupo apresentou uma queixa à Justiça contra o banco Santander, que até os dias de hoje atende a empresa de bebidas alcoólicas, por difamação e quebra de sigilo. Um inquérito já foi instaurado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro.
O Grupo Petrópolis é dono de marcas de cervejas como Itaipava, Crystal, Lokal, Black Princess, Petra.
A Cervejaria informou que vai apresentar uma proposta de pagamento aos credores até o dia 26 de maio. A informação foi divulgada em um comunicado publicado pela empresa na última segunda-feira, dia 08.
Para refrescar a memória do leitor, o Grupo Petrópolis está em recuperação judicial desde o fim de março com uma dívida de quase R$ 8 bilhões. Já o Banco Santander é um dos seus maiores credores (R$ 450 milhões) e continua, por força judicial, realizando atendimentos para a cervejaria.
A empresa estima dívidas de pelo menos R$ 4,2 bilhões. Sendo que desse montante, pelo menos R$ 2 bilhões são relativos a dívidas financeiras e de mercado de capitais e R$ 2,2 bilhões com terceiros e grandes fornecedores.
No comunicado, o Grupo Petrópolis diz que “Os credores que possuírem dúvidas, solicitações ou que vejam a necessidade de pedidos de informação sobre o processo devem formalizá-los por meio dos canais oficiais de atendimento”.
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Quebra de sigilo
Um dos advogados da cervejaria, Ary Bergher, concedeu entrevista ao site Consultor Jurídico e explicou a acusação feita pelo Grupo Petrópolis contra o banco. “São crimes típicos da Lei de Falências, que prejudicam o processo de recuperação judicial. Para se beneficiar, o banco lesa outros credores, se apropriando de valores de forma indevida. O banco passa a perna em todo mundo: nos outros credores, no juiz, no administrador judicial e no próprio recuperando”, afirmou.
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Blindagem de patrimônio
Por sua vez, o Banco Santander alega que a cervejaria cometeu fraude no pedido de recuperação judicial. Uma vez que teria saúde financeira para pagar as dívidas. O Santander acusa a empresa de usar a recuperação como subterfúgio para liberar valores que estariam comprometidos com credores.
E vai mais além, alegando que o dono do Grupo Petrópolis, Walter Faria, estaria blindando seu patrimônio. Na petição apresentada, o Santander alega que os valores dados pela cervejaria em garantia pelas operações de crédito não são essenciais à companhia e apresentam uma conta da empresa no Banco do Brasil.
O desenrolar dessa história agora vai depender de todos os trâmites judiciais envolvendo as duas grandes empresas.
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