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Câmara aprova uso do saldo de fundos de assistência durante pandemia

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (23) um projeto de lei que autoriza estados, Distrito Federal e municípios a usarem o saldo remanescente dos fundos de assistência social apurados até dezembro de 2019. A matéria segue para análise do Senado.

O texto prevê a suspensão por 120 dias, a contar de 1º de março, a obrigatoriedade do cumprimento das metas pactuadas no Sistema Único de Assistência Social (Suas) pela União com os entes federados. Segundo a autora da proposta, deputada Flávia Arruda (PL-DF), não haverá custo adicional para a União. A medida terá validade durante o estado de calamidade pública no país, que tem vigência até 31 de dezembro.

Os recursos poderão ser usados, por exemplo, para a distribuição de cestas básicas. O texto aprovado assegura a integralidade dos repasses federais, mas determina que mudanças na destinação dos recursos serão objeto de prestação de contas. De acordo com Flávia Arruda, a medida destina para os fundos da assistência social R$ 1,5 bilhão.

“Por exemplo, no Distrito Federal, até dezembro de 2019, restou nos cofres um superávit de R$ 23 milhões. Com esse dinheiro, poderemos retomar ou iniciar programas extremamente importantes como o Pão e o Leite, distribuiremos cestas básicas, reestruturaremos os Cras [Centro Referência e Assistência Social] e os Creas [Centro de Referência Especializado de Assistência Social], o que impactará diretamente a vida das pessoas. Ajudará quem tem fome, que, neste momento, não tem nenhum tipo de assistência”, disse a deputada.

O texto aprovado pelos parlamentares acatou sugestão proposta pelo PSOL e garantirá à população em situação de rua atenção especial a partir destes recursos, entre eles o direito a acesso à alimentação adequada, especialmente restaurantes populares, e o direito a acesso a banheiros públicos. A medida prevê ainda a ampliação dos espaços de acolhimento temporário, com as adaptações necessárias para garantir a vida, a saúde, a integridade e a dignidade dos acolhidos.

“É uma população em vulnerabilidade pelo conjunto das dificuldades que enfrenta, a situação de não ter uma casa para morar, de viver nas ruas, de viver sem alimentação adequada, de viver sem as condições de higiene adequadas, e que, numa situação como essa de propagação de covid-19, estão ainda mais vulneráveis”, disse a deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS).

Fonte: Agência Brasil – Heloisa Cristaldo

Jorge Roberto Wrigt

Jornalista há 38 anos, atuando na redação de jornais impressos locais, colunista de TV em emissora de rádio, apresentador de programa de variedades em emissora de TV local e também redator de textos publicitários, na cidade de Teresópolis (RJ). Atualmente se dedica ao jornalismo digital, sendo parte da equipe do Jornal Contábil.

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