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Como a empresa deve agir nos casos de Assédio sexual no ambiente de trabalho?

Renúncia do Governador do estado de Nova York (EUA), dispensa de vendedora que denuncia assédio no trabalho (BRA).

Esses são alguns exemplos recentes, mas relatos de assédio são noticiados diariamente no Brasil e em muitos outros lugares.

“O assédio sexual no ambiente de trabalho é uma pandemia silenciosa que precisa ser olhada com muita atenção pelas empresas sob a perspectiva do gerenciamento de crise”, afirma Dario Rabay, sócio da área Trabalhista e de Gerenciamento de Crise do Cescon Barrieu.

Os números são alarmantes e crescentes a cada levantamento. Pesquisa divulgada em 2020 pelo LinkedIn e pela Think Eva mostra que 47% das brasileiras que participaram da pesquisa já foram vítimas de assédio no ambiente de trabalho. Nesse mesmo público, 71% dos casos de assédio sexual no trabalho não foram denunciados.

Impunidade, descaso e descrença com o ocorrido, medo de exposição e retaliação, receio de demissão são algumas das maiores barreiras para a denúncia dos casos por parte das vítimas, ainda de acordo com a pesquisa.

Há um ciclo claro de assédio que deve ser combatido, e as empresas precisam estar preparadas para gerenciar uma crise envolvendo qualquer denúncia, de acordo com especialistas jurídicos.

Ter um comitê de crise preparado para agir na ocorrência do evento adverso, dar treinamentos eficazes para todos, incluindo as lideranças, investigar e dar resposta rápida para a sociedade com apoio da assessoria de imprensa, mostrar que a vítima pode ter testemunhas e gestores como aliados, avaliar eventual acordo e proteger a vítima, testemunha e denunciantes de retaliação e aplicar penalidades cabíveis são algumas das providências a serem tomadas pela empresa.

“Sob um ponto de vista prático, é importante adotar rapidamente as medidas mais apropriadas quando a crise surge, e aplicar as condutas adequadas sobre o que deve e o que não se deve fazer nessas circunstâncias”, explica Rabay.

Além disso, ter uma política contra assédio e comitê de crise treinado pode ser um diferencial para que a empresa não seja surpreendida em situações dessa gravidade.

De acordo com especialistas da área, é importante investir para educar seu público interno, ter canal de denúncia eficaz e ter manual de conduta, entre outras ferramentas de Compliance e de gerenciamento de crise.

Gabriel Dau

Estudante de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, atualmente trabalha como Redator do Jornal Contábil sendo responsável pela elaboração e desenvolvimento de conteúdos.

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