Chamadas

Como calcular o Simples Nacional de uma empresa? Confira o passo a passo

Você é empreendedor e tem dúvidas sobre como calcular o Simples Nacional passo a passo?

Saiba que não é o único. 

De fato, o cálculo tem gerado certa confusão entre os empresários, sobretudo com relação ao valor a ser pago em impostos todos os meses.

E como esse é um compromisso de todo aquele que formaliza o seu negócio, o conhecimento que vai adquirir a partir de agora é fundamental para que seja bem-sucedido neste artigo.

Siga a leitura e confira todos os passos desse processo.

Boa leitura!

Como calcular o Simples Nacional: passo a passo

Simples Nacional é um regime tributário estabelecido no Brasil a partir da Lei Complementar n.º 123, no ano de 2006.

Seu objetivo, como o nome sugere, é simplificar o cálculo e o pagamento de impostos, reunindo oito diferentes tributos em uma só guia.

Suas características costumam casar com as necessidades de pequenos negócios, o que faz com que seja o preferido para o acerto de contas desse perfil de empresa com o Fisco.

Apesar de, inegavelmente, trazer facilidade a diversas operações da gestão empresarial, o regime tributário tem suas complexidades.

Entre elas, aprender como calcular o Simples Nacional pode ser um desafio a empreendedores menos afeitos aos números.

Em 2018, o modelo sofreu diversas alterações, com destaque justamente para essa operação, que representa um compromisso mensal de toda empresa optante pelo Simples. 

A nova metodologia de apuração de impostos foi estabelecida pela Lei Complementar n.º 155.

Para muitos, ela tornou o Simples Nacional menos simples, de fato.

E se você é mais um daqueles que têm dúvidas para fazer o cálculo, é importante começar pelo básico.

Resumidamente, então, o valor devido ao Simples Nacional no mês depende de dois fatores. São eles:

  1. Receita bruta total da sua empresa (ou seja o seu faturamento)
  2. Alíquota efetiva na qual a sua empresa se encaixa (de acordo com a legislação).

A alíquota efetiva, que é a parcela de imposto que incide sobre as empresas e precisa ser cuidadosamente calculada, se valendo de diferentes dados. 

Ainda neste artigo, vamos trazer também as etapas para que essa alíquota seja encontrada.

Antes, vamos apresentar o passo a passo que ensina como calcular o Simples Nacional.

Vamos conferir?

Passo 1: Descobrir a receita bruta total dos últimos 12 meses

A primeira fase para encontrar o valor a ser pago em impostos é calcular a receita bruta total dos últimos 12 meses. Para facilitar, vamos chamá-la de RBT.

O valor representa a soma de todas as entradas de dinheiro na empresa nos últimos 12 períodos, resultantes das vendas de produtos ou serviços.

Ou seja, uma agência de marketing deve observar todo o faturamento gerado pelos clientes atendidos, enquanto uma loja de roupas soma os valores de peças negociadas.

Descoberto o somatório, reserve o valor de RBT para a próxima etapa.

Passo 2: Localizar a alíquota e a parcela a deduzir correspondente

Com a mudança promovida em 2018, o Simples Nacional passou a contar com um total de cinco anexos que trazem dados relevantes para fazer o cálculo.

Cada um deles representa um segmento de atuação – como comércio, indústria e prestadores serviços – e separa as organizações de acordo com faixas de receita bruta total.

Agora que você já sabe qual é a RBT dos últimos 12 meses do seu negócio, é preciso encontrar o anexo correspondente ao setor, além da faixa de receita em que se encaixa.

Para facilitar a sua tarefa aqui, vamos trazer os links que vão direto aos anexos – que também podem ser consultados na Lei Complementar n.º 155.

São eles:

Consultando o anexo correto, você deve localizar a alíquota e a parcela a deduzir da faixa de RBT equivalente. 

Por exemplo, um estabelecimento comercial (Anexo I), que fatura até R$ 180 mil por ano, tem a alíquota de 4%.

Já no caso de um serviço do Anexo IV, nessa mesma faixa de faturamento, ela sobe para 4,5%.

Também separe estes números para avançar ao próximo passo da conta do Simples.

Passo 3: Calcular a alíquota efetiva do imposto

Chegou o momento de montar a fórmula para calcular a alíquota efetiva do Simples Nacional. 

Veja, então, como fica o cálculo da taxa:

  • ((RBT x alíquota) – PD)) / RBT

Sendo que:

  • RBT: receita bruta total dos últimos 12 meses
  • Alíquota: encontrada no anexo correspondente ao negócio e faixa de RBT
  • PD: parcela a deduzir.

Sobre esse último item da fórmula, cabe esclarecer que a parcela a deduzir é uma informação também encontrada no anexo da legislação.

Ela varia conforme o faturamento obtido pela empresa.

Por exemplo, estabelecimentos industriais (Anexo II), situados na 3ª faixa de faturamento (de R$ 360.000,01 a R$ 720.000,00 por ano), devem deduzir o valor de R$ 13.860,00 do total de impostos devidos.

Voltando à fórmula, então, a receita bruta será multiplicada pela alíquota e, do valor encontrado, a parcela a deduzir será subtraída. 

Neste momento, o número é dividido pela RBT e valor encontrado corresponde à alíquota efetiva. 

Ou seja, ela é um percentual que definirá qual o valor do imposto Simples a ser pago pelo empresário, com base na receita bruta mensal.

Quer um exemplo para entender melhor?

Vamos imaginar que, ao longo de 12 meses, uma empresa varejista tenha faturado R$ 1 milhão. Essa é a sua RBT.

De acordo com a legislação que se aplica – Anexo I da Lei Complementar Nº 155 – , esse estabelecimento comercial tem uma alíquota de 10,70% e uma parcela a deduzir de R$ 22.500,00.

Aplicando a fórmula, o cálculo a fazer é o seguinte:

  • ((1.000.000 x 10,70%) – 22.500)) / 1.000.000

Assim, no exemplo, chegamos à alíquota efetiva de 8,45%.

Passo 4: Encontrar o valor do Simples a ser pago no mês

Cumprida a etapa anterior, você encontrou a sua alíquota efetiva.

Com ela, tem como calcular o Simples Nacional, finalmente, e descobrir o total de impostos no mês atual.

É importante esclarecer que a fórmula anterior precisa ser aplicada a cada novo período, pois considera sempre o faturamento de 12 meses.

O que resta, agora, é multiplicar a alíquota efetiva por aquilo que a empresa faturou no mês.

Ou seja, entra em cena um novo dado, que é a receita bruta do mês (RBM).

A fórmula nesta etapa é bem mais simples, observe:

  • RBM x alíquota efetiva.

Retomando o nosso exemplo anterior, vamos imaginar que a empresa varejista cuja alíquota efetiva é de 8,45% tenha faturado neste mês um total de R$ 39.558,27.

Então, este é o cálculo final a ser realizado:

  • 39.558,27 x 8,45% = 3.342,67.

Ou seja, neste mês, o total de impostos devido ao Simples Nacional é de R$ 3.342,67

Achou complicado? Realmente, não é um conhecimento tão fácil de dominar à primeira vista.

Mas com mais um exemplo, como veremos a seguir, você vai se sentir mais tranquilo quanto ao cálculo dos impostos na sua empresa.

Exemplo de cálculo do Simples Nacional

Então, vamos aprender na prática como calcular o Simples Nacional.

Com mais este exemplo, você pode entender a aplicação das fórmulas que vimos no tópico anterior.

Considere um estabelecimento que vende peças automotivas. Logo, estamos falando de um comércio e, portanto, integra o previsto no Anexo I da legislação.

Seu faturamento nos últimos 12 meses foi de R$ 250 mil, o que corresponde à sua receita bruta total.

Já no mês em questão, as vendas bateram recorde e o valor faturado alcançou R$ 50 mil – o melhor desempenho do negócio em bastante tempo.

O que é uma boa notícia para o crescimento da empresa também acende o alerta, já que, no Simples Nacional, quanto mais se fatura, mais se paga impostos.

Com essa RBT, o estabelecimento em questão se encontra na segunda faixa do Anexo I.

Assim, a alíquota é de 7,3%, enquanto a parcela a deduzir alcança R$ 5.940.

Agora, é hora de aplicar todos esses dados na fórmula da alíquota efetiva

Vamos ver como fica?

  • Alíquota efetiva = ((R$ 250 mil x 7,3%) – R$ 5.940)) / R$ 250 mil = 4,92%.

Descoberta a alíquota efetiva, finalmente, temos como calcular o Simples Nacional e o total de impostos devidos no mês.

Façamos da seguinte forma:

  • Simples Nacional =R$ 50 mil x 4,92% = R$ 2.462.

Assim, no mês em questão, o empresário deverá pagar R$ 2.462 de impostos, de acordo com o regime tributário do Simples Nacional.

Como descobrir a alíquota da empresa no Simples Nacional?

Quem já possui ou pretende abrir uma empresa, tem na gestão fiscal e tributária um compromisso importante.

Afinal, faturamento é diferente de lucro – e o seu total de receitas precisa representar, depois de descontadas as despesas, uma sobra de recursos para capital de giro, mantendo a operação em funcionamento.

Dentre as despesas, é inegável que os impostos representam uma fatia importante.

Talvez seja até a principal, em especial nas empresas individuais que não têm funcionários e, portanto, sem gastos com folha de pagamento.

Sendo assim, um gestor consciente deve conhecer a sua alíquota no Simples Nacional para que possa projetar o fluxo de caixa e evitar surpresas desagradáveis nas finanças.

Para calcular o quanto deve pagar em impostos no mês, é preciso calcular a alíquota efetiva, que exige a aplicação de uma fórmula, como vimos anteriormente.

Essa informação está disponível nos anexos da Lei Complementar nº 155, que promoveu as recentes modificações no regime tributário.

Para encontrar a sua, siga estes três passos:

  1. Encontre o anexo correspondente ao segmento de atuação da sua empresa
  2. Veja em qual faixa de faturamento ela se enquadra a partir da sua receita bruta total em 12 meses
  3. Localizada a faixa, verifique na coluna “Alíquota” o percentual que se aplica a ela.

Viu como é fácil?

Siga acompanhando seus resultados financeiros, já que, se o seu faturamento crescer, a empresa trocará de faixa e, dessa forma, a alíquota mudará.

Apenas como curiosidade, a mais alta alíquota do Simples Nacional é de 33% e alcança prestadores de serviços com receita bruta anual de R$ 3.600.000,01 a R$ 4.800.000,00, enquadrados nos anexos IV e V da legislação.

DICA EXTRA: O primeiro passo para contadores

Atenção você contador ou estudante de contabilidade, o trabalho para seguir com sucesso na carreira profissional é árduo, inúmeros são os desafios que vamos precisar superar nessa jornada. Mas tenha em mente que o conhecimento é o maior bem que você pode ter para conseguir conquistar qualquer que seja os seus objetivos. Exatamente por isso apresentamos para você o curso CONTADOR PROFISSIONAL NA PRÁTICA, o curso é sem enrolação, totalmente prático, você vai aprender todos os processos que um contador experiente precisa saber.

Aprenda como abrir, alterar e encerrar empresas, além da parte fiscal de empresas do Simples Nacional, Lucro Presumido e MEIs. Tenha todo o conhecimento sobre Contabilidade, Imposto de Renda, SPED e muito mais. Está é uma ótima opção para quem deseja ter todo o conhecimento que um bom contador precisa ter, quer saber mais? Então clique aqui e não perca esta oportunidade que com certeza vai impulsionar sua carreira profissional!

Conteúdo original Contabilix

Ricardo

Redação Jornal Contábil

Recent Posts

Os Bancos funcionam no Carnaval?

O Carnaval acontece entre sábado (01/03) e quarta-feira (05/03), com isso, uma grande dúvida é…

2 horas ago

Cuidado!! Faltar demais ao trabalho pode arriscar suas férias!

A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), em seu artigo 473, define as hipóteses em…

3 horas ago

Contabilidade: Veja as obrigações que devem ser enviadas nesta sexta-feira (28)

Março está se aproximando, com ele está chegando também a época do Imposto de Renda…

4 horas ago

Declaração Anual MEI 2025: tire todas as suas dúvidas

O período de entrega da Declaração Anual do Simples Nacional (DASN-SIMEI), referente ao faturamento de…

4 horas ago

Saque-aniversário do  FGTS: mudanças para quem sacar saldo

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou que os 12,1 milhões de trabalhadores…

4 horas ago

MEI: Uma nova cobrança pode surgir para alguns empreendedores!

Recentemente uma notícia sobre um aumento na cobrança mensal dos Microempreendedores Individuais (MEI) foi compartilhada,…

6 horas ago