Como você se sentiria se soubesse que um aplicativo visualiza todas as informações que você armazena no celular, lê suas mensagens, vê suas fotos, acompanha seus passos e, pela câmera e microfone do seu smartphone, te observa e ouve nos momentos mais íntimos?
Talvez, você acredite que essa seja uma situação possível apenas em filmes de ação e espionagem, mas saiba que essa é uma prática real e cada vez mais frequente.
“Trata-se de uma solução de vigilância de celular que permite aos clientes explorar e monitorar dispositivos remotamente”, explica o consultor de negócios Diego Arruda.
“O que acontece é que, enquanto muitos defendem a ferramenta como uma arma a ser usada por governos no combate ao crime e ao terror, outros críticos dizem que governos repressivos a usam para propósitos mais nefastos, como rastrear dissidentes, jornalistas e outros membros da sociedade civil”, detalha.
Plataformas do tipo vem ganhando destaque e ações governamentais inflamam ainda mais a discussão sobre o tema.
Para se ter uma ideia, no ano passado, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) gastou, apenas entre os dias 14 e 24 de dezembro, R$19 milhões com homologação de oito dispensas de licitação de “Ações de Inteligência”, classificadas como “equipamento e material sigiloso e reservado”.
“A versão mais recente do implante Pegasus (um aplicativo do tipo criado pela empresa israelens de tecnologia NSO) tem uma série de recursos, incluindo: gravação de áudio do microfone, gravação de ambiente “hot mic” e áudio de chamadas telefônicas criptografadas.
Além de tirar fotos, fazer localização do dispositivo de rastreamento e acessar senhas e credenciais armazenadas”, comenta Arruda.
Ainda segundo o especialista, a “invasão” dos aplicativos nos dispositivos móveis acontecem de forma remota, e, não dependem da interação do usuário.
“O Pegasus da NSO pode comprometer remotamente o dispositivo com pouca ou nenhuma interação do usuário com o gatilho do spyware, principalmente por meio de vulnerabilidades de dia zero.
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Vulnerabilidades de dia zero são falhas no código de um software que não foram levadas ao conhecimento de seus desenvolvedores, deixando-o vulnerável à exploração por hackers”, afirma.
Diante de tanta tecnologia, é possível estar seguro? Diego Arruda afirma que sim e listou uma série de ações que podem ajudar a prevenir invasões do tipo.
“É melhor prevenir do que remediar. Embora a remoção de uma infecção Pegasus não possa ser bem-sucedida sem perda de dados, um usuário pode tomar certas medidas para prevenir ou pelo menos reduzir o impacto de uma infecção por malware ou spyware”, explica.
Aqui está uma lista:
• Nunca abra links, baixe ou abra arquivos enviados de uma fonte desconhecida
• Desative o envio de mensagens SMS nas configurações do seu dispositivo
• Se você possui um iPhone, não faça o jailbreak para contornar as restrições
• Sempre instale atualizações de software o mais cedo possível que estejam disponíveis
• Desligue o Wi-Fi, Bluetooth e serviços de localização quando não estiver em uso
• Criptografe todos os dados confidenciais localizados em seu telefone
• Faça backups periódicos de seus arquivos em um armazenamento físico
• Nunca aprove cegamente as solicitações de permissão do aplicativo ao instalar
Ainda de acordo com Arruda, caso o aparelho seja infectado, uma orientação dada, inclusive por especialistas do Citizen Lab (Desenvolvedor de software do Canadá), é desvincular as contas de nuvem, substituir o dispositivo, alterar todas as senhas e aumentar a segurança online do novo dispositivo.
Por Diego Arruda está disponível para falar sobre o assunto e dar entrevistas.
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